O dia 06/02/2013 foi um dia histórico para o Laboratório de Limnologia, para a Departamento de Ecologia e para todo o Instituto de Biologia. O que será que aconteceu? De onde viria tanta empolgação? Não seria um exagero? Um dia para ser histórico na vida de uma instituição não precisaria ser um dia único, muito especial e de um evento bombástico?
Naquele dia, em um dos corredores do nosso gigantesco prédio, bem próximo da secretaria do Departamento de Ecologia era possível ver grupos de alunos rodeando painéis e explicando-os aos passantes, interessados e curiosos. E entre as explicações, ouvia-se: “A educação ambiental tem um papel muito importante no enfrentamento das questões ambientais, pois nos auxilia a entender toda a lógica capitalista que as alimenta”; ou “A educação ambiental tem que ser interdisciplinar e isto temos que aprender aqui”; ou ainda “Nós que em breve seremos ecólogos, também precisamos das ferramentas da educação ambiental para exercermos as diversas possibilidades profissionais que temos na sociedade atual”; e como um último exemplo: “Uma disciplina como esta nos dá o embasamento para produzir um material adequado nos seus aspectos conceituais, práticos e políticos para auxiliar os professores das escolas dos níveis elementar e médio a ensinarem sobre meio ambiente, uma tarefa da qual a universidade não deve fugir”.
Pois bem, tratava-se de uma atividade da disciplina Educação e Gestão Ambiental, uma disciplina eletiva do Departamento de Ecologia, oferecida pela Profa. Dra. Laísa Freire Santos, do Laboratório de Limnologia. Como não se empolgar ao ver e ouvir que uma situação está de fato mudando e ajudamos nisto? Sempre (que para mim significa 23 anos), que não temeria em estender por mais que isto, senão a quase totalidade dos mais de 40 anos de nosso Instituto, se ouviu por nossos corredores o pedido/a reclamação dos nossos alunos por uma disciplina de Educação Ambiental. Disciplina esta que no ensino à distância já havíamos ajudado a implantar, mas que no ensino presencial não.
Não cabe agora desfiar o que acreditamos possam ser as razões para tamanho atraso. Pode ser que colegas de outros institutos estejam de fato achando um exagero, e que a razão não seja suficiente para denominar este dia de histórico. Sim, talvez porque para alguns isto se deu há tanto tempo, e hoje já seja tão óbvio que é difícil ver nisto um grande feito. Admiro-os por estarem já tão à frente, por certo construindo outros momentos tão importantes quanto. Mas vocês discordariam de que estes ou outros tantos momentos que todos temos feito acontecer não necessariamente precisam ser sempre grandiosos para serem históricos? Afinal, são tantos os campos, os embates, os combatentes, que ninguém melhor que nós mesmos para dimensionar o tamanho e o valor de nossas lutas.
Os velhos já diziam: “Cada um sabe onde seu calo aperta”. Mais novos também disseram: “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. A história que sabemos centra-se nos grandes fatos e é aquela que alguém contou. A história de fato é aquela que aconteceu, numa sequência geralmente desconhecida de fatos muito menores. Conto esta história e muitos sabemos que não foi fácil. E muitos sabemos que muitos ajudaram. Não é mesmo Deia, Erica, Margarete, Fernanda, Cristina, Alexandre, Aline, Marcela? Ainda que esqueça alguns nomes, sei que não se aborrecerão conosco.
Que Legal!! Parabéns essa turma toda citada pelo Reinaldo, lembrando que em anos bem longe, mal tínhamos aulas de ecologia…….
Acho queo grande desafio (posso estar errado!!!) é fazer com que todo mundo tenha a clara distinção entre educação abiental e ensino de assuntos relacionados ao meio ambiente. Eu ainda faço confusão!
Acho uma preocupação real a sua e que vejo presente de forma mais frequente do que pode parecer. E portanto devemos nos dedicar a esclarecer isto. Quando falo esclarecer significa que devemos conversar sobre isto, construir este entendimento. De cara eu diria que ensinar sobre coisas do ambiente me parece uma ação que visa mais ao conteúdo, à informação, a ferramentas mais técnicas de lidar com o MA. Já a EA ambiental pede algo mais além. Os conteúdos ensinados devem ser postos em um contexto sociopolítico, devem ter um olhar histórico das questões e devem envolver as pessoas a agirem individual e coletivamente no enfrentamento das questões ambientais, visando a uma transformação da situação num processo que as pessoas conquistam autonomia para agir e tomar decisões. O ensino sobre o MA não necessariamente. É um começo?
Com certeza é um começo! De fato me parece que a Educação Ambiental contempla bastante coisa, é muito abragente e vai além da divulgação ou ensino. É algo que só é possível, acredito eu, pelo fato dos problemas ambientais serem tão frequentes e visíveis no nosso dia a dia. E talvez pelo fato da maoria destes probelmas terem raízes sócio-econômicas e não “ecológicas”.
¡Felicidades desde Sant Cugat (Barcelona)! Aquí estamos todavía lejos de eso, pero quizás vuestro ejemplo anime al alumnado de ciencias Ambientales y Biología a pedir esa materia a la universidad.
Un abrazo desde lejos, pero sintiéndonos partícipes de ese momento histórico.
Germán
Gresc@ (UAB)
Prezado Germán,
obrigado pelas felicitações e pelo interesse neste nosso pequeno avanço. Repartindo nossas conquistas entendemos melhor o alcance delas, mas principalmente fazemos justiça a todo o processo, quando recebemos ajuda de tantas pessoas. Há sempre tanto por fazer, e o importante é não desistir. A resistência às mudanças sempre existiu e sempre existirá. Quando puder conte-nos das suas vitórias, pois tenho certeza que elas existem. Um abraço amigo a você. Reinaldo.
Muchas gracias Germán.