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Mãe, pai tomei uma decisão…serei pós-graduando!

Nicholas Marino por Nicholas Marino
06/09/2024
in Educação
8
Limnonews – Limnologia UFRJ
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carta

* Os textos dessa seção são opiniões pessoais dos autores e não representam a posição do Laboratório de Limnologia

Como é a vida de um pós-graduando?

Há algumas semanas atrás eu estava escutando uma rádio de notícias daqui do Rio de Janeiro. Uma repórter apresentava um quadro no qual especialistas eram convidados a dar opiniões e recomendações aos pais e mães sobre os mais diversos assuntos. Nesse dia, em especial, a repórter apresentou dados mostrando que grande parte dos jovens que estão se formando na faculdade, estão buscando fazer uma Pós-Graduação (MBA, mestrado, doutorado, especializações,…). Com isso, estes jovens estão tendo sua independência financeira e deixando a casa dos pais muito tarde.

A especialista convidada falou um bocado de coisa sobre o comportamento que os pais devem ter com os filhos (muitos dos quais, não lembro), mas o ponto em que senti que ela tocou mais enfaticamente foi que os filhos pós-graduandos acabam chegando a uma idade mais avançada com uma alta formação acadêmica sem que, contudo, tenham tido alguma experiência profissional. Pelo desenrolar de sua fala, notei que ela se referia à experiência de ter um emprego, de cumprir metas, horários e responsabilidades, além de uma rotina. Meus ouvidos doeram um pouco.

Não sei qual foi a vivência da especialista sobre o tema. Tampouco acredito que ela tenha dito isso com a finalidade de alfinetar alguém ou algum grupo em especial. Na verdade, acredito que a opinião dela reflete a falta de conhecimento que as pessoas (no geral) têm do dia a dia de uma pós-graduação e da rotina de um pós-graduando. Talvez eu não consiga retratar bem o que um pós-graduando passa em algumas modalidades e cursos, mas vou tentar passar a experiência que tenho tido enquanto pós-graduando na área da Biologia e da Ecologia.

Bom, para começar, um pós-graduando não tem carteira assinada. Nós não recebemos 13° salário e nem temos férias (ou algo semelhante a isso). Todavia, a pós-graduação com bolsa (ou auxílio) paga pelos órgãos de fomento (FAPERJ, CNPq e CAPES, por exemplo) exigem que o pós-graduando tenha dedicação exclusiva. É claro que algumas pessoas devem ter ouvido falar de uma Portaria Conjunta CAPES/CNPq (mais informações, veja aqui) que permite que haja o acúmulo da bolsa e uma remuneração advinda de um emprego com carteira assinada. O que muitos não sabem é que, para que possa haver esse acúmulo, a atividade desempenhada pelo pós-graduando deve ser compatível com o seu tema de pesquisa (você não pode estar estudando sobre maçãs e trabalhar vendendo relógios), além de ser necessária a autorização do Orientador e do Programa de Pós-Graduação (PPG) no qual o pós-graduando está inserido. É, a coisa não é tão simples!

Apesar de dificultar o desenvolvimento de outras atividades em paralelo à pós-graduação, por bem ou por mal, a dedicação exclusiva tem lá a sua importância. Digo isso pois a pós-graduação (e a academia em geral) exige uma alta produtividade de seus integrantes. O que isso quer dizer? Todo pós-graduando tem uma meta e um prazo final para cumpri-la: defender sua dissertação (no mestrado) ou tese (no doutorado) em até 2 e 4 anos, respectivamente. Alguns laboratórios e  PPGs não cobram a presença física do pós-graduando, apenas que algumas pequenas tarefas sejam feitas e apresentadas de tempos em tempos. Em outro extremo, alguns laboratórios possuem sistema de ponto eletrônico através de biometria, com presença obrigatória todos os dias: o não cumprimento de uma carga horária ou o excesso de faltas sem justificativa ou autorização acarretam na perda de um bônus ou benefício no fim do mês. De toda forma, o que e como o sujeito escolhe fazer nesse meio tempo é problema dele, desde que no fim deste período ele tenha cumprido a meta primordial de defender no prazo certo.

E não pára por aí. Atualmente o sistema de ranqueamento de pesquisadores, prioridade para o pedido de auxílios e fomentos e de pontuação em concursos para vaga de docente incluem, dentre outros itens, uma quantidade razoável de publicações e, o mais difícil, de elevada qualidade e que tenham tido boa visibilidade (o famoso indíce H). Isso faz com que a exigência sobre a formação e o que é produzido pelo pós-graduando cresça muito. O lado negativo, claro, é que isso gera muito estresse – afinal, manter-se atualizado em um mundo onde a informação se renova a cada segunda é difícil. Por outro lado, isso faz com que o padrão de produção do pós-graduando se eleve. Claro que isso não é uma regra: existem várias exceções e, possivelmente, você conhece pessoas que fizeram mestrado e doutorado cujo paper mais valioso é o seu diploma. Mas, no geral, acredito que posso dizer que a pós-graduação forma profissionais com maior grau de profissionalismo,

‘O que seria esse profissionalismo?’, talvez você se pergunte. Acredito que se trata da capacidade de assumir uma responsabilidade, mesmo com um prazo curso, e se dedicar a produzir o melhor possível, com um alto grau de rigor e organização (afinal, é assim que o Método Científico funciona). Não estou dizendo que quem não tem pós-graduação trabalhe mal. Só estou dizendo que quem faz uma pós-graduação também está exposto às mesmas exigências e obrigações de quem está em um emprego formal. Em alguns laboratórios, a mão-de-obra do pós-graduando é usada para produzir relatórios para empresas, fazer algum tipo de estudo específico e até atuar como consultor. Se isso não é ganhar algum tipo de experiência profissional, então não sei o que seria.

No fim das contas, ser um pós-graduando não é uma tarefa fácil. É ter a garantia de que, por um bom tempo, você vai precisar da ajuda dos seus pais. É ter a certeza de que casar, ter filhos ou comprar tudo o que você quer talvez leve um tempinho. É saber que você precisa estar se atualizando todo dia. É saber que toda semana você tem algum imprevisto para resolver, seu ou dos outros. É aprender a lidar com frustrações. É aprender que a frustração faz parte do aprendizado. É estar sempre pronto para um Plano B. É saber que, em algum momento, você vai ter que se virar sozinho para conseguir caminhar. É descobrir que você pode contar com uma ajuda inesperada de vez em quando. É viver nervoso querendo saber se a sua publicação vai ser aceita em uma revista. É ficar feliz quando ela é aceita. É ficar na expectativa para saber se seu currículo está bom no fim da pós-graduação. É querer ficar retocando aquela figura que está no seu trabalho e, mesmo depois de duas horas, ela ainda não ficou boa – e ninguém vai notar nela. É preparar aquele slide surpresa na sua apresentação final. É esquecer de usar o seu slide surpresa. É ficar ansioso querendo saber se tudo isso vai valer a pena. É se sentir aliviado quando descobrir que, de alguma forma, tudo vai ficar bem.

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Comments 8

  1. RafaGuariento says:
    12 anos ago

    Pra mim ser pós-graduando está mais pra esse vídeo aqui em baixo:

    http://www.youtube.com/watch?v=QBf8bGueXkI

    É um perrengue!

    Responder
    • RafaGuariento says:
      12 anos ago

      Não que eu discorde do texto, pra mim está tudo super pertinente. O vídeo é só uma perspectiva pragmática dos problemas de forma geral.

      Responder
  2. Aliny Pires says:
    12 anos ago

    Ótimo tópico Nicholas!
    Acho que a principal questão é a diferença de como um pós-graduando se enxerga, como o governo os enxerga, como o orientador os enxerga e como os pais os enxergam…
    Um pós-graduando acha que trabalha tanto quanto ou mais que um funcionário, o que na maioria das vezes é verdade… Apesar de nenhuma cobrança explícita, a consiciência é cruel, o que é agravado pela competição explicita na academia!
    O governo te enxerga como um investimento, de alto risco, pois não te pede quase nada em troca, apenas uma tese, que se acharem que não está boa no final de 4 anos, você só ficará sem um título… Por isso, um investimento.
    2 mil reais, tá bom… Com tanta obra pra fazer, tanta gente com fome, não é mesmo?
    O orientador, geralmente, te acha o cara mais sortudo do mundo, porque o governo te dá 2 mil reais para você escrever artigos! Então cadê o paper?
    Os pais, geralmente, acham que o filho é um talento disperdiçado que já podia estar rico! Mas acreditam em você e estão dispostos a te ajudar, mesmo que isto os incomode um pouco!
    Este é um panorama geral… As coisas podem ser bem diferentes disto, inclusive é diferente para mim! Mas olhando todos os lados nada me parece um absurdo!!! O problema é a competição exgerada, que gera um série de distorções de valores e faz com que a relação investimento-retorno seja diferente entre as partes!
    Abraços

    Responder
    • RafaGuariento says:
      12 anos ago

      Mas como é que você se enxerga? EU acho que a quantidade de trabalho é um ponto menor dentro do contexto geral. Acho que quando você se pergunta: como eu me enxergo? Você deve pensar no seu dia a dia, na sua motivação e nas suas perspectivas. É isso que vou fazer pelo resto da vida? É isso que eu gosto de fazer? Pra quem eu faço isso? Por quê eu faço isso? Quando se tem essas respostas o que os outros pensam passa a ser menos importante eu acho.

      Responder
      • Aliny Pires says:
        12 anos ago

        Sinceramente? Cada dia de um jeito… Tem dia que eu me acho um talento disperdiçado, tem dia que eu acho que eu ganho três vezes mais que muitos brasileiros para escrever artigo e mesmo assim, tá difícil, tem dia que eu acho que sou um investimento do governo e é isso aí… Tem dia! Concordo que o mais importante é como você enxerga a sua situação, Mas, nem sempre, você pode fazer a melhor escolha para você. Você precisa que governo, orientador e pais façam esta escolha. Aí a opinião do outro importa e muito!

        Responder
  3. thibenevides says:
    12 anos ago

    Gostei da escolha do tema feita pelo Nicholas. Acho até que ouvi o programa de rádio ao qual ele se refere (se não me engano na BAND news). Confesso ter ficado bastante incomodado ao ouvir a psicóloga citar a escolha de uma carreira acadêmica como um certo comodismo por parte dos jovens, mas depois fiquei pensando que talvez isso reflita um egocentrismo inerente ao ser humano. As pessoas tendem a achar que os seus problemas são mais importantes, que seu trabalho é mais difícil e por isso ela tem que se esforçar mais que os outros (e isso, automaticamente, faz dela uma pessoa mais capaz que as outras), e por aí vai… Acho que a opinião da especialista vem do fato dela ter feito uma escolha que não tenha sido a carreira acadêmica, ou pelo menos que não tenha feito essa escolha enquanto ainda dependia financeiramente dos pais. Talvez ela nunca tenha tido a possibilidade de fazer essa escolha, vai saber… Só acho que, se ela tivesse escolhido a carreira acadêmica e dependido dos pais, estaria supervalorizando essa escolha e comentando o quanto é difícil ser um pós-graduando.
    Na minha opinião, ser um pós-graduando tem suas vantagens e desvantagens, assim como ser um profissional com a carteira assinada, por exemplo. Acho que o mais importante é que você se sinta bem com o que você faz e ponto final.
    Concordo plenamente com a Aliny quando ela critica o incentivo a uma competição exagerada no meio científico. Penso que o meio acadêmico é diferente do mercado de trabalho sim e, por isso deve funcionar de forma diferente. Porém, vejo que cada vez mais uma lógica exageradamente mercantilista/capitalista vem sendo imposta na academia (possivelmente advinda da nossa tendência em copiar modelos externos, principalmente os norte-americanos) e a forma como a produtividade vem sendo cobrada e avaliada, talvez nem sempre reflita qualidade ou contribuição para o conhecimento científico em determinada área. Como a Aliny escreveu, acho que devemos tomar cuidado com a distorção de valores, principalmente os de ordem moral, na busca de um relativo reconhecimento, seja no meio acadêmico ou no mercado de trabalho. Acho, também, que devemos controlar a nossa tendência ao egocentrismo e também às generalizações. Precisamos ser mais sensíveis às experiências e vivências do outro, algo que a especialista do programa não fez.

    Responder
    • Aliny Pires says:
      12 anos ago

      Ótimo posicionamento Thiago! Se a acadêmia representasse de fato do que é feita a ciência ou seja, vontade e paixão, tenho certeza que viveriamos em um ambiente muito mais cooperativo, menos competitivo! Mas a Universidade está cheia de super-heróis, um querendo ser melhor que o outro! Aí não há amor que resista a isto! É preciso mudar aos poucos, com que está do seu lado… Como parte de um movimento! Bom, ter você como colega! 😉

      Responder
    • Nicholas Marino says:
      12 anos ago

      Pois é!

      Concordo com a sua colocação, Thiago, de que é preciso sermos mais sensíveis às experiências e vivências dos outros. Realmente, o que me motivou a escrever foi não concordar com o ponto de vista da jornalista, mas isso porque a minha vivência sobre o tema é diferente da dela!

      Não acredito que haja um ponto de vista certo. Acho que são duas visões válidas, criadas a partir da subjetividade de cada um.

      De forma similar, eu discordo um pouco da Aliny. Não acho que a universidade esteja com tantos super-heróis cheios de egocentrismos assim – de novo, acho que essa visão normalmente vem das nossas experiências.

      Uma coisa que acho engraçado na ciência é que muitas vezes adotamos verdades absolutas e nos agarramos a ela, mas a própria natureza não possui tantas verdades absolutas assim! Acho que o que grande parte do que nós, acadêmicos, deveríamos buscar é um caminho do meio, imparcial e pouco subjetivo por mais difícil que isso seja!

      Responder

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