O Congresso Brasileiro de Limnologia de 2013 em Bonito, “Águas brasileiras: conservação, gestão e sustentabilidade”, foi um sucesso. Bonito é uma das cidades mais visitadas do Brasil, o que é totalmente compreensível quando você chega lá e começa a conhecer suas belezas naturais. Certamente, o nome da cidade é mais que justo. Como toda cidade cuja base econômica é o turismo, Bonito é uma cidade cara, principalmente para se comer. Porém, até mesmo comer em Bonito é um passeio turístico, quem resiste a uma piraputanga recheada com farofa de banana, um pintado grelhado ou um pastel de jacaré… Vale a pena cada centavo! Isto não limitou a participação massiva dos pesquisadores brasileiros. O encontro reuniu 1200 limnólogos de todo o país, bem como de países do exterior, tais como Uruguai, Argentina e Estados Unidos. Destes aproximadamente 40 eram pesquisadores do Laboratório de Limnologia – UFRJ.
A programação do Congresso foi extremamente diversificada, tinha palestras e apresentações para todos os gostos. As palestras principais contaram com a participação de pesquisadores convidados de instituições nacionais e internacionais, tais como a palestra sobre o futuro da Limnologia, ministrada pelo Prof. John Downing da Iowa State University dos Estados Unidos, “Global Limnology: U-Scaling Aquatic Services and Processes to the Planet Earth”. A palestra apresentou os atuais e futuros problemas a serem trabalhados pelos limnólogos nos próximos anos e incluem as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a eutrofização. A palestra ajudou a identificar os novos rumos e potenciais caminhos de sucesso para os limnológos do Brasil, principalmente os mais jovens.
Para alguns membros da Limnologia – UFRJ, esta foi a primeira participação em congressos, e oportunidade ímpar de conhecer o trabalho de colegas do Brasil inteiro e de importantes pesquisadores já conhecidos dos artigos científicos. Para outros é mais um momento de renovar as idéias, estabelecer novas parcerias e acima de tudo, reencontrar amigos! A mestranda Alice Campos relatou a oportunidade que esta vivência traz, “Dentre tantas janelas acabamos prestigiando e aprendendo, até mesmo, com trabalhos dos próprios colegas de laboratório e conhecemos pessoas com muitos desafios em comum com seu projeto, iniciação, mestrado ou doutorado. Experimentei exatamente isso e troquei muitas informações com um congressista que vai trabalhar com os mesmos conceitos ecológicos, unidades experimentais e comunidade que eu, na minha dissertação”, comenta.
O Laboratório de Limnologia participou através da apresentação de pôsteres, de apresentações orais em diversas sessões, entre elas Comunidades e interações tróficas, Ecotoxicologia, Biogeoquímica e ciclo do carbono, Macrófitas aquáticas e Comunidades microbianas e de simpósios temáticos, tais como o de Interações tróficas e Comunidades dormentes. Entre as premiações do Congresso a UFRJ mereceu destaque. O Laboratório de Limnologia ganhou o 1º lugar no prêmio de melhor apresentação oral com a apresentação da doutoranda Aliny P. F. Pires, o trabalho intitulado “Efeitos interdependentes da diversidade e das mudanças climáticas sobre o funcionamento dos ecossistemas” de autoria de Aliny P. F. Pires, Nicholas dos Anjos C. Marino, Diane S. Srivastava e Vinicius F. Farjalla foi apresentado na sessão oral “Comunidades e interações tróficas” coordenada pelo professor José Luiz de Attayde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, eleito o novo presidente de ABLimno. “Este é um prêmio de todo o Laboratório de Limnologia/UFRJ que ajudou na execução deste experimento e na discussão dos resultados. É uma honra receber este prêmio no meio tantas apresentações de excelente qualidade, inclusive de professores consagrados de universidades nacionais e do exterior. Creio que este prêmio demonstra o avanço da Limnologia brasileira na valorização de trabalhos experimentais que abordem grandes questões como a perda de espécies e as mudanças climáticas”, disse a pesquisadora. Além disto, a doutoranda do Laboratório de Ecologia de Peixes /UFRJ, Clarissa de Souza Brasil ganhou o 1º lugar no prêmio de melhor pôster.
Em meio a esse envolvimento de instituições, mentes e saberes, o que pode dar um toque especial às discussões – e é importante valorizar – é uma discussão que impulsione as organizações, tomadas de decisão, reuniões e tantas outras atividades das quais depende a ciência para avançar. É isso, que eventos como este sirvam para fortalecer pontes fragilizadas ou ainda em construção e para repensar nosso papel e nossa responsabilidade enquanto limnólogos, ecólogos, enfim biólogos. O próximo congresso será em 2015 no Paraná, organizado pela Universidade Estadual de Maringá, estaremos lá, mais uma vez! E que venha o CBL 2015!
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