Um Cidadão Cascavelense, Macaense, Fluminense, Brasileiro!

Quero dividir com vocês, leitores e amigos, a alegria que nosso grupo de limnólogos viveu ontem com a justa e emocionante homenagem ao Prof. Francisco Esteves, o Prof. Chico, o Chico. A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, através da Deputada Aspásia Camargo, honrou o Chico com o título de Cidadão Fluminense, e por tabela honrou-nos a todos. Sim, a todos, desde o recém chegado estudante de iniciação científica, que traz a esperança, o futuro, passando por todos os estudantes de todos os níveis, todos os técnicos, aos que já são mais velhos e às vezes um pouco cansados, a todos os que já se foram para algum canto deste país, deste mundo, após passarem algum tempo em nosso grupo.

Em um ambiente de completa descontração, as diversas falas se sucederam e a seu modo, resgataram a história, a obstinação, a inteira dedicação, a competência, a sabedoria, a generosidade, a abnegação e a persistência de alguém que não se abateu ou recuou diante das pedras que já estavam no seu caminho, de outras que ali lhe puseram, ou mais que isto, até mesmo das montanhas que tentaram lhe atravessar. E ele disse que não sabia ter tantas qualidades. Não importa. Elas ali estão e se manifestam, sem que se tenha consciência no rastro de realizações que o Chico tem deixado, todas com desdobramentos significativos para a Limnologia, para a melhoria da nossa qualidade de vida pelo conhecimento e proteção da natureza, para a Universidade brasileira pública, gratuita e de qualidade que deve ressignificar sua existência cotidiana e realizar sua nobre missão em favor de toda a nossa sofrida, desigual e partida sociedade.

Assim surgiu o Fundamentos de Limnologia, a SBL, hoje Associação Brasileira de Limnologia e sua importante revista, a Acta Limnologica. Veio o Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFRJ, e um renovado e produtivo Departamento de Ecologia. E veio também o ainda garotão, mas quase na maioridade, NUPEM, marco da interiorização da UFRJ, polo de transformação na produção da ciência, mas muito mais que isso na arte de tornar a ciência propriedade e poder para quem paga por ela, o povo brasileiro.

Estamos sim muito felizes, como felizes estavam sua esposa, seus filhos e seus netos. Muito felizes porque nos sentimos a extensão desta família e o substrato vivo que funciona e se reproduz, fermenta e decompõe, cicla e nutre o seu vai e vem, as suas renovadas batalhas.

Isto dito, quero terminar dizendo que nos apropriaremos deste título, que para o Chico legitima uma trajetória de absoluta entrega ao serviço público. Já para nós, significa o estímulo que precisamos para seguir construindo, com todas as nossas forças, o mundo que entendemos, por fazer parte da sua escola, que todo ser humano tem o direito de ter, onde toda vida é respeitada e toda a natureza é sagrada. Um mundo de CIDADÃOS e CIDADÃS!