Hallo meine lieben freunde!
Olá queridos amigos!
Começo meu breve relato expondo o óbvio: estou na Alemanha, no doutorado sanduíche. Como alguns de nossos colegas e mestres (Prof.Chico, Prof. Reinaldo, Prof. Albert e Prof. Rafael) vim para o norte da Alemanha com o intuito de fazer alguns experimentos e dominar a técnica de extração de ácidos graxos com a Dra. Dörthe Müller-Navarra, na Universidade de Hamburgo (ou Uni-Hamburg, para os mais próximos).
A aventura começou em outubro de 2014, e infelizmente tem data para terminar, em abril. Como começou? Contatos e mais contatos… Devido aos contatos do meu orientador conseguimos desenvolver uma colaboração com a Dra. Müller- Navarra, aí daí pra frente foi mais fácil. Depois, pedido de bolsa, lógico!… Minha estadia nos ‘confins’ gélidos da Alemanha só está sendo possível devido ao fomento da FAPERJ – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – que aprovou meu projeto de doutorado sanduíche. Documentos pra cá…documentos pra lá… Pede visto..consegue visto.. pronto! Embarquei.
As primeiras impressões? No geral, a organização alemã impressiona, e muito! Os transportes públicos funcionam em horários exatos, os laboratórios são tremendamente organizados e para tudo é necessário autorização de ambos os professores e técnicos. A cidade, em si, é maravilhosa e não é a toa que é apelidada de “DIE SCHÖNSTE STADT DER WELT”, ou seja “a cidade mais bonita do mundo”, apesar de que eu, como uma boa ‘mineroca’, discordar um pouco deste slogan.
Hamburgo é uma cidade inclusiva, especialmente por ser um dos portos mais movimentados do mundo, tem gente de tudo que é lugar trabalhando e estudando por aqui, e, assim, é uma cidade muito diversa. Até mesmo John Lennon reconheceu Hamburgo como ‘cidade-mãe’ e comentou numa dessas entrevistas depois da explosão dos Beatles “I might have been born in Liverpool – but I grew up in Hamburg” – em referência a estadia dos Beatles em Hamburgo (ou melhor, no badaladíssimo bairro de Reeperbahn) antes mesmo do estrelato, e mesmo sem Ringo Starr.
Assim, ficou mais fácil me acostumar com a vida alemã: música boa, pessoas interessantes, cerveja, os famosos pratos em ‘German size’ (muita comida mesmo!) e ciência, muita ciência. Acrescido a isso, algumas saídas de campo para os lindos lagos de Plön. Para os que não conhecem, ninguém melhor para ilustrar a vida em Plön e no Instituto Max-Planck do que o Prof. Chico e o Prof. Reinaldo (ambos estiveram no Max-Planck, mas em períodos diferentes). O mínimo que vivenciei, no entanto, me ilustrou a beleza dos lagos temperados (que são, aliás, gelados até demais) e me apresentou ao zooplâncton europeu (que também vêm em ‘German size’, diga-se de passagem). E, é com esse mesmo zooplâncton, em especial os cladóceros (Daphnia magna, por exemplo) que vou aprendendo e experimentado por aqui. E o que eu espero disso tudo? Aprendizado! Claro! Não só para terminar meu doutorado, mas para levar para o Brasil, para o Rio e para o Laboratório de Limnologia uma técnica nova para análise de cadeias tróficas em ambientes aquáticos.
Agora – mudando de assunto -, mas se alguém disser que não falar o idioma local não é uma barreira… É uma barreira sim! Eu, com meu 1 ano de curso de alemão no Brasil (o que é muuuito pouco!) cheguei aqui e fiquei ‘mais perdida do que cego em tiroteio’. Apesar de a maioria dos alemães saber falar inglês, especialmente nos centros de pesquisa, onde me enquadro um pouco melhor, eles não gostam muito de falar inglês não, e até preferem se as pessoas se aventurarem minimamente no alemão, falando um ‘Hallo’ invés de ‘Hello’, ou um ‘Tchuss’ ao invés de ‘Bye’.
E, quando a saudade bate – e ‘ahh’ como bate – eu me refugio com os amigos brasileiros no GDTB (Grupo de Discussão de Temas Brasileiros) que discute todo mês temas gerais políticos e culturais do nosso Brasilzão (https://gdtbrasileiros.wordpress.com/) e com direito até a um papo bacana no boteco ao lado, onde encontramos as mais diversas coincidências profissionais.
Enfim, entre dois Centros da Uni-Hamburg – o Biozentrum (onde ficam os laboratórios de ciências biológicas, em geral) e o Geomatikum (onde fica a galera da Geologia, Geografia e algumas Ciências exatas) – eu vou ficando para conciliar os ácidos graxos e os ácidos húmicos. Utilizando a expertise à distância do Prof. Reinaldo e aproveitando a proximidade da Dra. Müller- Navarra e Dr. Alejandro Spitzy (que eu não tinha mencionado antes e é quem tem me ajudado na parte do carbono orgânico, principalmente). E, eu fico aqui na expectativa que todos os experimentos vão dar resultados bem legais, sempre com a impressão de que esse aprendizado e vivência que estou tendo aqui são as coisas mais incríveis da vida acadêmica, quer dizer, da vida!
Vou assim dando um “tchau”, ou melhor, um “tchuss” e encerrando minha participação, deixando o recado: “Gente, gente, falta tanta coisa pra fazer ainda! A volta que me espere pois nesses próximos dois anos o que era corrido, vai ficar mais corrido ainda. Hahaha”.
Bis Bald!
Adorei o post! Estas experiências são realmente marcantes e um aprendizado para a vida toda! 🙂 obrigado por compartilhar conosco.