Por Vanessa Azevedo
No ano de 2015 o Laboratório de Limnologia da UFRJ desenvolveu duas exposições uma na Ilha do Fundão e outra em Macaé (Para saber da exposição em Macaé: https://limnonews.wordpress.com/2015/10/29/limnologia-na-semana-nacional-de-ciencia-e-tecnologia-2015-um-relato-da-exposicao-vida-na-agua-agua-na-vida-em-macae/)
Esse texto relata a exposição na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) na Ilha do Fundão. Participaram no total 14 alunos de graduação e 10 alunos de pós-graduação, envolvidos na elaboração da exposição e também na monitoria durante a exposição.
A proposta do tema pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) foi Luz, Ciência e Vida, sendo o subtema na UFRJ “Big Bang”: luz, energia e vida. A realização da SNCT foi de 19 a 25 de outubro. O laboratório de Limnologia apresentou a exposição “Água na Vida, Vida na Água”.
O desafio da construção da exposição didática foi relacionar o tema “Big Bang”: luz, energia e vida com a limnologia. Porém, tivemos um bom resultado pois no total obtivemos uma exposição com quinze atividades, sendo oito desenvolvidas pela primeira vez especialmente para a exposição.
A baixo apresento a relação das atividades desenvolvidas:
- Atividade Lúdica “O valor real das coisas” – trabalha gestão da água;
- Oficina de pintura dos organismos presentes na gota d´água e elaboração de coroa;
- Carimbo de água;
- Molécula de água comestível feita com jujubas;
- Distribuição de material didático ao professor;
- Observação de organismos ao microscópio;
- Instalação de lagoa;
- Bingo da Vida, relaciona diferentes vertentes da origem da vida;
- Fala sério ou com certeza, trabalha com conceitos de evolução;
- Dominó, trabalha com opostos na gestão das bacias hidrográficas;
- Atividade de representação da bacia hidrográfica por meio de desenho;
- Atividade sobre a turbidez da água utilizando disco de Secchi;
- Representação de uma lagoa (Aquário) e observação de macrofitas aquáticas;
- Exposição da maleta do Limnólogo;
- Exibição de vídeos. Um especificamente foi desenvolvido por membros do laboratório contando um pouco sobre a rotina do Laboratório de Limnologia.
A exposição também contou com uma atividade de exposição de peixes que faz parte da proposta de integração deste laboratório com o Laboratório de Ecologia de Peixes.
Um pouco mais sobre as novas atividades
– Atividades infantis: Além das atividades que já vem sendo feitas nos anos anteriores (molécula de água com jujuba e palito, carimbo de gota, e “Coroa” com os micro-organismos), foi feita uma oficina de massinha que utilizou micro-organismos em biscuit como modelo para a confecção de zooplânctons e fitoplânctons pelos alunos;
– “Bingo” e “Fala sério ou com certeza”: foram jogos interativos que atendiam a estudantes do ensino médio e tinham como objetivo abordar assuntos de evolução.
– Aquário: trabalhou a parte sensorial para além da visão, como a audição (CD lagoas com sons de água como forma de climatizar o ambiente) e o tato, os alunos podiam tocar as macrófitas sentir as diferentes texturas. Também havia peixes no aquário e uma margem com a representação de um rio, onde se englobava o tema acerca de bacias hidrográficas.
– Disco de secchi: para esta atividade foi recolhida água do ar condicionado (com uma média de 60 litros por semana), e também pó de café usado, para fazer três gradientes de “substâncias húmicas” para relacionar a penetração de luz na coluna d’água e a consequência disso para o ecossistema. Também foi abordado o tema sobre a coloração da água e poluição da água, relacionando que nem sempre a água mais clara é a menos poluída. Foi utilizado CDs para confeccionar discos de secchi como uma lembrança e instrumento pedagógico para os professores de ciências.
– Dominó: trabalha os opostos como pro ex. tratamento de esgoto e esgoto in natura, trabalhando impactos e gestão de bacias hidrográficas por meio de atividades interativas.
– Atividade pedagógica de Bacia hidrográfica: utilizando uma folha de amendoeira, giz de cera, e uma folha de papel era feita a impressão da folha de amendoeira na folha de papel e as nervuras das folhas representavam uma bacia hidrográfica e se mostrava ao estudante as partes da Bacia e sua implicância para a sociedade.
– Vídeo: membros do laboratório gravaram um vídeo com o objetivo de integrar as pesquisas que estão sendo realizadas no laboratório com a exposição.
-Maleta do Limnólogo: exibição de materiais de campo, como: disco de secchi, draga de sedimento, rede de zooplâncton e garrafa Van Dorn para as coletas dos organismos estudados no laboratório.
O inovador na SNCT de 2015 foi à integração entre os alunos, principalmente os de graduação, a mobilização de todos para superar os limites de tempo e financeiro para desenvolver as atividades. Esse foi o resultado do espaço que os foi dado pelos professores para apresentarem as suas propostas, ideias, e executá-las.
A exposição Água na Vida, Vida na Água obteve 2518 visitantes contabilizados sendo em sua maioria estudantes de ensino fundamental e médio de escolas públicas.
Foi enviado um questionário por meio eletrônico para os monitores da SNCT, que tinha como objetivo avaliar a exposição quanto a sua elaboração e execução. Oito monitores responderam. Seis já haviam participado de edições anteriores da SNCT. Quanto aos pontos positivos da exposição foi apontado: o planejamento e a colaboração do grupo; o desenvolvimento de novas atividades que interagiam com o público de diferentes idades.
Desde a proposta inicial da exposição havia um objetivo de não mostrar a ciência como algo pronto e acabado, mas como um conhecimento que é resultado de pesquisas, para isso se pensou em englobar as pesquisas em andamento no laboratório. Na visão dos monitores esse objetivo não foi alcançado em sua totalidade, um dos motivos é a dificuldade de se fazer tal ação, pois o conhecimento científico é muito complexo e durante a exposição é preciso fazer uma simplificação dos conteúdos científicos. Em contrapartida os monitores consideram que as novas atividades, como a do secchi e o vídeo dos membros do laboratório fazendo pesquisas, trazem uma nova perspectiva de ação da pesquisa.
Os monitores em sua maioria acreditam que sua participação foi ativa na elaboração e na execução da exposição. E quanto à colaboração para a sua formação, todos disseram que a participação contribuiu de alguma forma, por exemplo: na transposição didática de conhecimentos científicos; interagindo com diferentes grupos; no entendimento de que a ciência não está nas mãos dos cientistas, mas sim com todas as pessoas; incluindo na divulgação de sua própria pesquisa para um público escolar e de que forma esse conhecimento poderia fazer sentido para a população. E também que a participação na SNCT despertou o interesse pela educação no país e querer vivencia-la buscando formas de maior contribuição para a mesma.
A exposição apareceu em duas matérias uma para o canal online do Tele Jornal da UFRJ (TJUFRJ) e outro para a TV Brasil e na página do Instituto de Biologia da UFRJ. Link para os vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=Epewr4CN0lY
https://www.youtube.com/watch?v=rk8tfIHuOCs#t=40
http://www.biologia.ufrj.br/semana-nacional-de-ciencia-e-tecnologia/