LimnoNews
  • Sobre Nós
  • Ciência
  • Ecologia
  • Educação
  • Limnologia
  • Meio Ambiente
  • Sustentabilidade
  • Outros
    • Encontro Científico
    • Mudanças Climáticas
    • Relatos de Experiência
    • Ecossistemas
No Result
View All Result
  • Sobre Nós
  • Ciência
  • Ecologia
  • Educação
  • Limnologia
  • Meio Ambiente
  • Sustentabilidade
  • Outros
    • Encontro Científico
    • Mudanças Climáticas
    • Relatos de Experiência
    • Ecossistemas
No Result
View All Result
LimnoNews
No Result
View All Result

Choveu no carnaval?

rbozelli por rbozelli
06/09/2024
in Meio Ambiente
1
Choveu no carnaval?

Sistema caseiro em cascata que otimiza o uso da água, denominado de "Mizu-Bune" na cidade de Gujo, no Japão.

Share on FacebookShare on Whatsapp

Não me tenham por bitolado nem obsessivo. E nem tão pouco vejo nisso uma missão a ser cumprida com ganas religiosas. Mas acabado (presumo eu, para a maioria) o reinado do momo, queria falar um pouco e de novo de um tema que vi muito presente nos dias de folia. A água. “Você pensa que cachaça é água, cachaça não é água não” … “ é no chuê chuê é no chuê chuá, não quero nem saber as águas vão rolar” … “Lá lá lá ô ô ô ô ô ô, mas que calor ô ô ô ô ô ô”. Bom, não viemos do Egito, mas estamos no Rio de Janeiro e foram dias de muito calor. Mas não foram apenas estas as manifestações que lembraram a importância da água. A temperatura bateu recordes e a sensação térmica foi perto dos 50 oC. Não sei onde vocês estavam na terça de manhã, mas na rua Jardim Botânico, atrás do Vagalume, o verde (o bloco mais ecológico da cidade) eu estava derretendo. E direta ou indiretamente, sorvendo garrafas e garrafas d’água ou outros líquidos com elevados conteúdos dela, a multidão procurava aplacar o calor que sentia. As pessoas, derretendo, olhavam pro céu e pediam chuva prá refrescar o calor que fazia (e a secura foi tanta que nem mesmo no bloco do Barbas, famoso pelo caminhão pipa, a água jorrou); que alegria quando no escangalha! uma generosa senhora ligou uma mangueira e respingou os rostos suados; e outros queriam água dos céus para lavar a cidade e os cortejos daquele cheirinho desagradável que acaba ficando quando a multidão passa, geralmente porque alguns foliões exagerados, talvez não tão educados, pelos cantos deixam algo mais. Já outros, sabendo que a chuva alaga, não a queriam por nada. Trabalharam o ano inteiro para chegar na avenida e arrastar a fantasia empapada? O que seria do brilho, das penas, da evolução da porta-bandeira? Chuva só na quarta-feira. E foi mais ou menos assim.

            Independente de qual seja o grupo a que se pertença, também ao longo destes dias ficou claro para mim mais uma vez, como, de maneira geral, nossa preocupação com a água é apenas reativa e de extremos. Se tem de menos reclamamos, lembramos dela. Se tem demais também. Desesperamos. Mas água é tema que deve ser cotidiano, quer em práticas, quer em tomadas de decisão. Anualmente o Fórum Econômico Mundial apresenta um relatório dos principais riscos globais em termos de probabilidade e potencial de impacto para os dez anos seguintes. No relatório de 2015, os 900 peritos que participaram da pesquisa Percepção de Riscos Globais classificaram as crises de abastecimento de água como o maior risco que se anuncia ao mundo. Foi a primeira vez, desde 2007 que a economia não apareceu como o principal risco para o planeta. Já na lista dos riscos mais prováveis, o risco de eventos climáticos extremos apareceu em segundo lugar, aspecto que potencializa ainda mais a importância da água. No relatório de 2016 as crises de abastecimentos de água desceram para o terceiro lugar em termos de intensidade da ameaça, sendo que as falhas em encontrarmos mitigação e adaptação às mudanças climáticas alcançaram o topo da lista. Estas são questões que estão intimamente relacionadas e influenciam outras como a própria estabilidade social. Porém, se nos dias hoje o Fórum Econômico tem se esforçado por pautar a questão da água como relevante para o futuro da humanidade, é bom lembrar que o Fórum Social Mundial já o faz desde 2003, por entender que a água é um bem comum e direito de todos. Em um cenário de mudanças climáticas que afetarão a intensidade e os regimes de chuvas, em que a população é crescente e seus hábitos de consumos em transformação e intensificação, temas como poluição, gestão e privatização das águas necessitam estar sobre a mesa das discussões e decisões.

            Repetidamente pensar na água e manter viva nossa capacidade de refletir sobre hábitos e decisões que tomamos é uma forma eficaz de construir alternativas para lidar com este problema. Não me vejo um obsessivo pelo tema, mas tão pouco acho que a solução é aumentar o volume do headphone. E não será possível encontrar uma forma única de enfrentar a escassez da água, erro tão comum em tanta coisa dita e escrita por aí afora. Geralmente é na tecnologia que cremos cegamente. Claro que precisaremos, por exemplo, da tecnologia que produzirá novos cultivares que dependam de menos água ou ainda de meios que resultem no aumento da eficiência na aplicação de nutrientes nos cultivos. Não nos enganemos. Não acho que exista uma caixa tecnológica quase mágica que abrimos e de onde salta uma solução toda vez que a água bate na … e nadar apenas já não basta. Será necessário nosso envolvimento e participação qualificada na gestão. Assim espera-se que instrumentos como os apresentados pela lei das Águas deixem de ser letra morta e sejam meio de proteção de recursos naturais e distribuição equitativa de água. Será também necessário gastar menos, poluir menos cuidando do seu lixo, separando e compostando. E ainda sermos também criativos como são os japoneses, que com seus “Mizu-Bune” são racionais no uso da água. Apesar de criativos e capazes de arranjos sociais fascinantes, não há uma solução única. E encontrar soluções múltiplas exige pensar na água mesmo quando derretemos no asfalto cantando “mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar…”

Mizu Bune
Sistema caseiro em cascata que otimiza o uso da água, denominado de “Mizu-Bune” na cidade de Gujo, no Japão.

Previous Post

Uma Poça de Diversidade!

Próximo Post

Em falar em água, o que se sucedeu com o velho Chico?

rbozelli

rbozelli

Related Posts

O que é o ambiente afinal? Ou melhor, como nós o vivenciamos?
Ciência

O que é o ambiente afinal? Ou melhor, como nós o vivenciamos?

fevereiro 3, 2025
Especial Dia Mundial das Áreas úmidas: As relações humanas com as áreas úmidas
Meio Ambiente

Especial Dia Mundial das Áreas úmidas: As relações humanas com as áreas úmidas

setembro 6, 2024
Limnonews – Limnologia UFRJ
Meio Ambiente

A tartaruga só engole sacola dada?

setembro 6, 2024
Limnonews – Limnologia UFRJ
Meio Ambiente

Plâncton???

setembro 6, 2024
Limnonews – Limnologia UFRJ
Meio Ambiente

A vida e as ideias de Aleksander Von Humboldt sob olhar do pós-pandemia

setembro 6, 2024
Limnonews – Limnologia UFRJ
Meio Ambiente

E essa energia aí? É limpa?

setembro 6, 2024
Próximo Post
Limnonews – Limnologia UFRJ

Em falar em água, o que se sucedeu com o velho Chico?

Comments 1

  1. Pingback: Somos muitos Rios. | Laboratório de Limnologia/UFRJ

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias

Archives

  • maio 2025
  • abril 2025
  • março 2025
  • fevereiro 2025
  • setembro 2022
  • março 2021
  • fevereiro 2021
  • novembro 2020
  • outubro 2020
  • setembro 2020
  • agosto 2020
  • julho 2020
  • junho 2020
  • maio 2020
  • abril 2020
  • março 2020
  • janeiro 2020
  • julho 2019
  • maio 2019
  • abril 2019
  • fevereiro 2019
  • novembro 2018
  • outubro 2018
  • setembro 2018
  • agosto 2018
  • julho 2018
  • junho 2018
  • maio 2018
  • abril 2018
  • março 2018
  • fevereiro 2018
  • janeiro 2018
  • dezembro 2017
  • novembro 2017
  • outubro 2017
  • setembro 2017
  • agosto 2017
  • julho 2017
  • junho 2017
  • maio 2017
  • abril 2017
  • março 2017
  • fevereiro 2017
  • janeiro 2017
  • dezembro 2016
  • novembro 2016
  • outubro 2016
  • setembro 2016
  • julho 2016
  • junho 2016
  • maio 2016
  • abril 2016
  • março 2016
  • fevereiro 2016
  • janeiro 2016
  • novembro 2015
  • outubro 2015
  • setembro 2015
  • agosto 2015
  • julho 2015
  • junho 2015
  • maio 2015
  • abril 2015
  • março 2015
  • fevereiro 2015
  • janeiro 2015
  • dezembro 2014
  • novembro 2014
  • outubro 2014
  • setembro 2014
  • agosto 2014
  • julho 2014
  • junho 2014
  • maio 2014
  • abril 2014
  • março 2014
  • fevereiro 2014
  • janeiro 2014
  • dezembro 2013
  • novembro 2013
  • outubro 2013
  • setembro 2013
  • agosto 2013
  • julho 2013
  • junho 2013
  • maio 2013
  • abril 2013
  • março 2013
  • fevereiro 2013
  • janeiro 2013

Categories

  • Ciência
  • Ecologia
  • Ecossistemas
  • Educação
  • Encontro Científico
  • Limnologia
  • LimnoNews
  • Meio Ambiente
  • Mudanças Climáticas
  • Relatos de Experiência
  • Sustentabilidade

Categorias

  • Ciência
  • Ecologia
  • Ecossistemas
  • Educação
  • Encontro Científico
  • Limnologia
  • LimnoNews
  • Meio Ambiente
  • Mudanças Climáticas
  • Relatos de Experiência
  • Sustentabilidade
Newsletter
  • Sobre Nós
  • Ciência
  • Ecologia
  • Educação
  • Limnologia
  • Meio Ambiente
  • Sustentabilidade
  • Outros

LimnoNews | Limnologia UFRJ

No Result
View All Result
  • Sobre Nós
  • Ciência
  • Ecologia
  • Educação
  • Limnologia
  • Meio Ambiente
  • Sustentabilidade
  • Outros
    • Encontro Científico
    • Mudanças Climáticas
    • Relatos de Experiência
    • Ecossistemas

LimnoNews | Limnologia UFRJ

missav';