No ano de 1854, o médico inglês John Snow, considerado o pai da epidemiologia moderna, cartografou num mapa do distrito do Soho todos os poços de água e os casos de pessoas infectadas, localizando como culpado o poço existente em Broad Street, em pleno coração da epidemia de cólera. Desta forma ele comprovou que a cólera esteva associada ao consumo de águas contaminadas com materiais fecais. Snow recomendou à comunidade que fechasse o poço em pleno coração da epidemia na cidade de Londres e os casos da doença diminuíram. A técnica de análise espacial através de informação de mapeamento geográfico empregada por Snow é considerada um dos empregos mais precoces de geoprocessamento para descrição e combate de uma epidemia.
Geoprocessamento é um conjunto de tecnologias responsáveis por coletar, processar, analisar e disponibilizar informações georreferenciadas. O geoprocessamento é uma tecnologia transdisciplinar, haja vista que, essa ideia representa o fato da mesma estar associada a união de vários conhecimentos e a partir dessa complexidade, produz novos dados e novas informações que explicam e representam o meio (HUERTA, 2005).
Toda complexidade referente ao conjunto de conhecimentos mencionada na definição pode ser exemplificada através das ciências, cada qual com sua parcela de contribuição na produção de novos conhecimentos, que vai desde a produção do hardware propriamente dito, até a criação de softwares de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), como também a correlação e processamentos de informações referentes ao ambiente (MONICO, 2000).
A base de dados nos SIG é composta por dois tipos de dados, espacial e descritivo, armazenados em um banco de dados capaz de manipular, analisar e exibir informações geograficamente referenciadas. O SIG tem a capacidade de correlacionar esses dados estabelecendo através de ferramentas de geoprocessamento o seu emprego na gestão, planejamento e utilização de diferentes recursos em diferentes atividades como: cartografia, tempo, geologia, turismo, indústria de transporte, agricultura de precisão, gestão ambiental, entre outros (CAMARA, 1996).
Assim, o geoprocessamento representa para a ciência atual uma fonte inesgotável para análise de informações, onde o pesquisador pode trabalhar variáveis ambientais, fenômenos sociais e suas representações, suas potencialidades e limitações. Como exemplo, podemos citar:
- Distribuição de rotas migratórias;
- Gestão de biodiversidade;
- Análise de fragmentação de paisagem;
- Estudos geomorfológicos;
- Gestão de recursos hídricos.
São inúmeras as possibilidades de aplicação de geoprocessamento como análise espacial em pesquisas científicas com temáticas de meio ambiente, engenharias e socioeconomia. E seu emprego tem se tornado indispensável não apenas nas pesquisas científicas, mas também na tomada de decisão da gestão pública e empresarial.
REFERÊNCIAS:
CAMARA, Gilberto. Geoprocessamento para projeto ambientais. INPE.1996.
HUERTA, E. GPS: posicionamientosatelital / Eduardo Huerta; Aldo Mangiaterra; Gustavo Noguera – 1a. ed. – Rosario: UNR Editora – Universidad Nacional de Rosario, 2005.
MONICO, J. F. G. Posicionamento Pelo NAVSTAR-GPS: Descrição, Fundamentos e aplicações. Editora Unesp, 2000.