Esse estudo foi realizado pelo grupo de pesquisa em Educação Ambiental e Ensino de Ciências do laboratório de Limnologia orientado pela professora Laísa Maria Freire. Dada à situação mundial de desigualdade social, política e econômica, é necessário discutir os impactos das indústrias, que crescem continuamente afetando ao meio ambiente e a qualidade de vida da população. Sendo assim, realizamos um estudo de caso a partir da análise de dados pré-existentes de projetos de Educação Ambiental e de formação de Educadores Ambientais realizados na região de Campos dos Goytacazes, como o programa de Educação Ambiental da Bacia de Campos (PEA-BC) e o Projeto Pólen.
Figura 1: Localização do município de Campos – RJ Fonte: IBGE
Buscamos compreender e explicar como a ação exploratória de petróleo nos espaços marinhos atinge uma comunidade na região de Campos de Goytacazes (figura1). Também queremos compreender como a implementação de projetos de formação de Educadores Ambientais na região promove condições para profissionais, ligados à educação formal e não formal, construírem e resgatarem saberes, metodologias e valores necessários para o desenvolvimento de ações mobilizadoras e de cooperação junto à comunidade. Para isso, nos apoiamos em premissas da Educação Ambiental que entendem que os processos educativos devem ocorrer de forma crítica comprometida com a emancipação de indivíduos e coletivamente.
Motivação
A escolha do polo de Campos foi devido à influência direta das atividades de exploração de petróleo e gás na Bacia de Campos, que é a maior província petrolífera do Brasil, responsável por mais de 80% da exploração nacional desse recurso.
Metodologia
Figura 2 – Esquema demonstrando as etapas da metodologia utilizada no trabalho.
Para chegarmos aos resultados realizamos uma análise qualitativa e descritiva dos documentos e entrevistas, para identificar, analisar e interpretar os dados coletados. Esses processos envolvem extrair significados de textos e imagens.
Consequências da ocupação do espaço marinho pelas empresas petrolíferas
A partir das análises, encontramos dois pontos que são mais afetados pela ocupação do espaço marinho, os pescadores e o ecossistema. Os pescadores do município têm sua atividade econômica principal, a pesca, reduzida devido ao tráfego de embarcações – que afugentam os animais – e também à diminuição de áreas de pesca devido às áreas de exclusão de plataformas. Além disso, em função da ocupação por parte das petrolíferas, o ambiente fica vulnerável à possíveis problemas relacionados à vazamentos de petróleo dos navios e das tubulações e contaminação com o lançamento de água utilizada na lavagem de tanques de petróleo dos navios.
Conclusão
A partir do levantamento dos atores sociais envolvidos nesse problema ambiental, que são principalmente moradores, empresas pública e privadas e prefeitura, averiguamos as estratégias de enfrentamento.
Estratégias de enfrentamento
Em relações as empresas, as estratégias foram apenas no campo simbólico e das representações sociais.
Contudo, por parte da população, através das dinâmicas e oficinas que tentavam desenvolver um sentimento de pertencimento dos moradores da região, e também tentavam estimular um olhar crítico sobre as questões ambientais da comunidade, foram verificadas algumas ações concretas indicando mobilizações junto à comunidade que podem contribuir para o encaminhamento de questões socioambientais, como por exemplo, abaixo assinados para busca de melhoria da qualidade de vida.
Figura 3 – Mural feito pelas crianças da comunidade. Fonte: Projeto Pólen.
Referências Bibliografias
Bozelli R.L, Freire L.M, Ferreira A., Bernardo C.F. (2010). Curso de Formação de Educadores Ambientais: A experiência do Projeto Pólen. NUPEM/ UFRJ.
Relatório Final do Diagnóstico Participativo do PEA-BC. Referente ao plano de Trabalho para continuidade do Diagnóstico Participativo da Bacia de Campos – PEA-BC.