LimnoNews
  • Sobre Nós
  • Ciência
  • Ecologia
  • Educação
  • Limnologia
  • Meio Ambiente
  • Sustentabilidade
  • Outros
    • Encontro Científico
    • Mudanças Climáticas
    • Relatos de Experiência
    • Ecossistemas
No Result
View All Result
  • Sobre Nós
  • Ciência
  • Ecologia
  • Educação
  • Limnologia
  • Meio Ambiente
  • Sustentabilidade
  • Outros
    • Encontro Científico
    • Mudanças Climáticas
    • Relatos de Experiência
    • Ecossistemas
No Result
View All Result
LimnoNews
No Result
View All Result

Carbono… Carbono…Carbono

casanovacla por casanovacla
06/09/2024
in Ciência
2
Limnonews – Limnologia UFRJ
Share on FacebookShare on Whatsapp

Você sabia que o ciclo do carbono (C) é um dos mais importantes ciclos biogeoquímicos da natureza, né? Não, e não é só devido ao fato de ser nesse ciclo que se engloba a regulação do gás carbônico (CO2). Dentro deste complexo ciclo biogeoquímico há um pequeno grande compartimento onde a matéria orgânica, rica em C, é metabolizada pelo compartimento biótico, gerando produtos mais ou menos lábeis e reativos. Nos ambientes aquáticos, um destes produtos é o carbono orgânico dissolvido (COD) e suas frações, igualmente importantes para o funcionamento dos ecossistemas aquáticos.

figura-2-texto-arthur-e-cia-31
Figura ilustrando o ciclo do carbono em ambientes aquáticos. Modificado de Esteves et al. (2011) e disponibilizado por André Amado

Em um espectro ainda mais amplo, a importância do ciclo do carbono é um aspecto- chave da estruturação de teias alimentares e do fluxo de energia em ecossistemas aquáticos (Moss 1980). A ciclagem de carbono por compartimentos planctônicos, por via direta ou indireta (via microbial-loop – Azam et al., 1983) afeta a transferência de energia entre os níveis tróficos. O metabolismo destes compostos orgânicos dissolvidos, provindos de fontes autóctones e alóctones, domina os fluxos de matéria e energia, e devido ao seu preponderante (porém lento) uso, estes recursos fornecem estabilidade inerente ao ecossistema (Wetzel 2001).  Um dos constituintes majoritários do COD são as substâncias húmicas (SH), elas podem ser citadas como uma fração majoritária (50-80% da matéria orgânica dissolvida) em ecossistemas de água doce (Wetzel 2001). Embora historicamente as SH terem sido consideradas ecologicamente inertes, essas substâncias orgânicas atualmente são consideradas “forças” ecológicas, atuando desde o nível individual até o nível ecossistêmico (Steinberg et al. 2006).

HA
Estrutura proposta de uma molécula de ácido húmico. Disponível aqui

Efeitos diretos e indiretos destes compostos são esperados na coluna d’água, como redução do pH, sombreamento e alteração da teia alimentar. E, sabe-se ainda, que as SH interferem com as vias bioquímicas de compostos de interesse, como proteínas, carboidratos e lipídios (Steinberg 2003). E, embora o consumo por organismos heterotróficos (via alça microbiana) seja um papel ecológico importante (Farjalla et al. 2009), as evidências de que as SH são absorvidas por organismos e interagem com os constituintes bioquímicos e suas vias de sinalização (Steinberg et al. 2006; Suhett et al. 2011) são constantes e factuais.

Dentro dos lipídios, os ácidos graxos (AG) são importantíssimos na nutrição do zooplâncton (organismos chave na cadeia alimentar aquática). Uma vez que o zooplâncton pode ser limitado pelo conteúdo energético de seus alimentos, os lipídios (especialmente os AG), com seu alto teor calórico, merecem atenção especial por serem fonte de energia preferencialmente compondo reservas em organismos planctônicos (Goulden & Place 1990). Os ácidos graxos (AG) são ácidos carboxílicos que têm uma longa cadeia alifática e são um grupo muito heterogêneo.  Assim, AG particulares têm diferentes formas de obtenção e papéis específicos no metabolismo dos consumidores primários (MüllerNavarra, 1995).

Novas e excitantes pesquisas foram conduzidas nos últimos anos relacionando o uso de AG biomarcadores e as respostas das dietas de organismos aquáticos às diferentes condições ambientais. Revisões atuais, como de Twining et al. (2016), dão atenção intensiva especificamente sobre a pesquisa de AG altamente insaturados (HUFAs), visando o uso desta metodologia e o que resta ainda conhecer.

É na junção destes aspectos importantes – a nutrição de organismos planctônicos, qualidade do recurso disponível para consumidores aquáticos e o efeito do COD e sua fração, as SH – que foi desenvolvida a tese intitulada “ORIGEM E QUALIDADE DO CARBONO DISPONÍVEL NO SESTON PARA A COMUNIDADE ZOOPLANCTÔNICA AO LONGO DE GRADIENTES HÚMICOS: UMA ABORDAGEM EXPERIMENTAL E DE CAMPO”. A tese desenvolvida por mim ao longo dos últimos 4 anos (e meio) foi orientada pelo Prof. Reinaldo Bozelli da UFRJ e co-orientada pela Profa. Dörthe Müller-Navarra da Universidade de Hamburgo, na Alemanha. Defendida no dia 29 de maio de 2017, a tese buscou identificar os principais efeitos do COD para consumidores primários aquáticos, tanto por meio experimental quanto pela análise de dados de campo, provindos das lagoas costeiras do PARNA de Jurubatiba.

De modo a testar a hipótese de que com o incremento da concentração de COD alteraria a qualidade (medida como concentração e composição de AG) do alimento disponível ao zooplâncton, a tese foi exposta em três capítulos: o primeiro, uma revisão bibliográfica que ressalta a ausência de estudos em ambientes com altas concentrações de carbono e a falta de informação relacionada à qualidade nutricional do alimento e às concentrações de COD. O segundo capítulo, empiricamente, demonstra os efeitos diretos do COD sobre a quantidade e composição de AG em consumidores primários (Daphnia pulex) quando alimentados com duas fontes alimentares com qualidade distintas. E, o terceiro, procura elucidar a relação entre qualidade do alimento disponível no seston e variáveis ambientais ao longo de um gradiente natural de COD em ambientes costeiros.

img_20160509_140225343_hdr.jpg
Imagem do ambiente Atoleiro estudado no capítulo 3 da tese – cor escura da água ilustra altíssimas concentrações de COD

De maneira geral, os resultados alcançados por esta pesquisa possibilitaram ilustrar que o COD e as SH são responsáveis por moldar comunidades aquáticas, ora agindo diretamente (como agente estressor), ora agindo indiretamente (alterando o meio físico e químico circundante) sobre os diferentes compartimentos bióticos.

Frente aos resultados, devemos então ponderar que: para melhor entendermos como alterações no uso da terra e cenários previstos de mudanças climáticas irão alterar processos ecossistêmicos e cadeias alimentares aquáticas, devemos nos atentar também aos efeitos singulares de recursos terrestres e alterações na qualidade e quantidade destes recursos disponíveis para consumidores aquáticos. Baseado no que foi apresentado, a falta de informação acerca de ecossistemas tropicais é preocupante enquanto procuramos buscar teorias unificadoras de processos regulatórios.

Se interessou?? Quer trocar uma idéia? É só me procurar por aqui mesmo 😉

Previous Post

As atividades desenvolvidas durante o curso de formação de professores

Próximo Post

LIMNOLOGIA DA UFRJ MARCA PRESENÇA NO XI SIMPÓSIO NACIONAL DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

casanovacla

casanovacla

Related Posts

Pulando os altos muros da Universidade: a visão de um professor universitário iletrado em comunicação com a sociedade
Ciência

Pulando os altos muros da Universidade: a visão de um professor universitário iletrado em comunicação com a sociedade

março 24, 2025
O que é o ambiente afinal? Ou melhor, como nós o vivenciamos?
Ciência

O que é o ambiente afinal? Ou melhor, como nós o vivenciamos?

fevereiro 3, 2025
Seria Limnologia o estudo do Limo?
Ciência

Seria Limnologia o estudo do Limo?

setembro 6, 2024
[Mulher e Ciência] Teriam sido os primeiros ecólogos mulheres?
Ciência

[Mulher e Ciência] Teriam sido os primeiros ecólogos mulheres?

setembro 6, 2024
Ciência

Para fazer ciência é só amar e começar, mas e para a mulher? Também tem que lutar! As mulheres na pesquisa do país e na Limnologia UFRJ

setembro 6, 2024
Limnonews – Limnologia UFRJ
Ciência

O Museu Nacional vive no dia do biólogo ou o dia do biólogo revive o Museu Nacional?

setembro 6, 2024
Próximo Post
LIMNOLOGIA DA UFRJ MARCA PRESENÇA NO XI SIMPÓSIO NACIONAL DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

LIMNOLOGIA DA UFRJ MARCA PRESENÇA NO XI SIMPÓSIO NACIONAL DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Comments 2

  1. Luciana says:
    8 anos ago

    Gostaria de ter acesso a este relatório. Obrigada!

    Responder
    • Rafael Lira says:
      7 anos ago

      Prezada Luciana.
      Obrigado pelo interesse!
      Por favor, entre em contato com a autora. Clarice Casa Nova

      Responder

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Categorias

Archives

  • maio 2025
  • abril 2025
  • março 2025
  • fevereiro 2025
  • setembro 2022
  • março 2021
  • fevereiro 2021
  • novembro 2020
  • outubro 2020
  • setembro 2020
  • agosto 2020
  • julho 2020
  • junho 2020
  • maio 2020
  • abril 2020
  • março 2020
  • janeiro 2020
  • julho 2019
  • maio 2019
  • abril 2019
  • fevereiro 2019
  • novembro 2018
  • outubro 2018
  • setembro 2018
  • agosto 2018
  • julho 2018
  • junho 2018
  • maio 2018
  • abril 2018
  • março 2018
  • fevereiro 2018
  • janeiro 2018
  • dezembro 2017
  • novembro 2017
  • outubro 2017
  • setembro 2017
  • agosto 2017
  • julho 2017
  • junho 2017
  • maio 2017
  • abril 2017
  • março 2017
  • fevereiro 2017
  • janeiro 2017
  • dezembro 2016
  • novembro 2016
  • outubro 2016
  • setembro 2016
  • julho 2016
  • junho 2016
  • maio 2016
  • abril 2016
  • março 2016
  • fevereiro 2016
  • janeiro 2016
  • novembro 2015
  • outubro 2015
  • setembro 2015
  • agosto 2015
  • julho 2015
  • junho 2015
  • maio 2015
  • abril 2015
  • março 2015
  • fevereiro 2015
  • janeiro 2015
  • dezembro 2014
  • novembro 2014
  • outubro 2014
  • setembro 2014
  • agosto 2014
  • julho 2014
  • junho 2014
  • maio 2014
  • abril 2014
  • março 2014
  • fevereiro 2014
  • janeiro 2014
  • dezembro 2013
  • novembro 2013
  • outubro 2013
  • setembro 2013
  • agosto 2013
  • julho 2013
  • junho 2013
  • maio 2013
  • abril 2013
  • março 2013
  • fevereiro 2013
  • janeiro 2013

Categories

  • Ciência
  • Ecologia
  • Ecossistemas
  • Educação
  • Encontro Científico
  • Limnologia
  • LimnoNews
  • Meio Ambiente
  • Mudanças Climáticas
  • Relatos de Experiência
  • Sustentabilidade

Categorias

  • Ciência
  • Ecologia
  • Ecossistemas
  • Educação
  • Encontro Científico
  • Limnologia
  • LimnoNews
  • Meio Ambiente
  • Mudanças Climáticas
  • Relatos de Experiência
  • Sustentabilidade
Newsletter
  • Sobre Nós
  • Ciência
  • Ecologia
  • Educação
  • Limnologia
  • Meio Ambiente
  • Sustentabilidade
  • Outros

LimnoNews | Limnologia UFRJ

No Result
View All Result
  • Sobre Nós
  • Ciência
  • Ecologia
  • Educação
  • Limnologia
  • Meio Ambiente
  • Sustentabilidade
  • Outros
    • Encontro Científico
    • Mudanças Climáticas
    • Relatos de Experiência
    • Ecossistemas

LimnoNews | Limnologia UFRJ

missav';