Minha experiência começa no universo que uma gota de água tem a proporcionar tanto dentro quanto fora dela. Quando dei por mim, estava rodeado por uma gente sorridente e comprometida, que com admirável dedicação em tomar ciência das águas doces alcançam às lagoas e igarapés da Amazônia na Floresta Nacional de Carajás, uma unidade de Conservação Ambiental no sudeste do Pará, na qual estão presentes atividades de exploração mineral.
Conceber educação ambiental em uma unidade de conservação que prevê extração mineral pede primeiramente uma aproximação com o território. Pousamos na Serra de Carajás, localizado às margens do Rio Parauapebas, afluente do rio Tocantins, e da Floresta Nacional de Carajás, região entre os rios Tocantins-Araguaia e Xingu, na região Sul-Sudeste do Pará. O entorno é composto pelos municípios de Parauapebas, Tucuruí, Marabá, Curionópolis, Eldorado dos Carajás, Canaã dos Carajás, Ourilândia do Norte, Xinguara e outros. A região é marcada por ser a mais rica reserva de minério de ferro do mundo e possuir a maior mina de ouro do Brasil. Conhecida como Província Mineral de Carajás, nasceu das entranhas da terra trazida por vulcões e hoje é notada pela diversidade de seus recursos minerais e grandeza das jazidas, singular no planeta.
Figura 1: Localização da Floresta Nacional de Carajás, com destaque para ao Parque Nacional dos Campos Ferruginosos contempladas: Serra Sul, Serra do Tarzan, Serra Norte (corpos N1, N2, N3, N4, N6, N7, N8)
O conhecimento da sua diversidade é novo se comparada com outras jazidas como da África do Sul ou com o Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, descobertas há mais de um século. No entanto, é notada por abrigar a maior jazida de minério de ferro explorada do mundo, além de concentrar grande quantidade de manganês, cobre, ouro e níquel. Desde então, a região e suas adjacências assistem mudanças significativas em sua infraestrutura como a construção da Usina hidrelétrica de Tucuruí, a Estrada de Ferro Carajás e o Porto de Ponta da Madeira, localizado no Porto do Itaqui, em São Luís (MA), para escoamento das riquezas minerais extraídas da região, que são em sua grande maioria exportadas. Assim, Carajás representa a maior área de floresta Amazônica contínua do Sudeste do Pará é também uma das maiores áreas de exploração de minérios do mundo. Avesso a isso, a região é denominada hoje como Mosaico da Província de Carajás, em razão da sua composição por unidades de conservação como: a Área de Proteção Ambiental do Igarapé do Gelado, a Reserva Biológica Tapirapé, a Floresta Nacional Tapirapé-Aquiri, a Floresta Nacional Itacaiunas, Terra Indígena Xikrin do Cateté e a Floresta Nacional Carajás.
Figura 2: Mosaico da Província de Carajás e suas unidades de conservação
Nossa aproximação com o território se realiza com o Projeto de Educação Ambiental no âmbito do Programa de Estudos Limnológicos na Flona de Carajás desenvolvido através de um convênio de cooperação técnico-científica com a Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológico entre a UFRJ e a Vale. Buscando conhecer a região e os atores locais que desenvolvem ações de Educação Ambiental na região de Carajás, encontramos os educadores ambientais do Centro de Educação Ambiental de Parauapebas que apresentaram interesse por uma formação continuada da equipe. Assim, dentre as muitas vivências do porvir, realizamos a primeira etapa (16h) de um total de três (40h), do Curso de Formação de Educadores Ambientais: “Olhares sobre a Amazônia” proposta pelo nosso Grupo de Pesquisa em Educação Ambiental e Educação em Ciências da Limnologia.
Figura 3: Educadores Ambientais em ação
Figura 4: Educadores Ambientais em ação
Assim, o curso vem se coconstruindo por meio da formação e informação aspirada por nós, educadores ambientais. Mirarmos no bioma Amazônico, especificamente no contexto do Mosaico da Província de Carajás contribui significar como dialogamos, relacionamos e nos posicionamos frente a desafios e potencialidades desse bioma que sofre diversos e complexos conflitos socioambientais, como também, com diferentes conhecimentos, execução dos projetos locais de educação ambiental e pesquisas desenvolvidas na Flona de Carajás. Dessa forma, almejamos nortear como essa coformação colabora ao relacionar problemas socioambientais a processos educativos em seus conteúdos conceituais, processuais e atitudinais. De modo que, possamos suprir demandas e articular ações com o currículo escolar, buscando a promoção e a integração da educação ambiental.
Figura 5: Finalização da primeira etapa do curso de formação: Olhares sobre a Amazônia.
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Environmental educators in action: first approach in the Amazon Paraense
My experience begins in the universe that a drop of water has to provide both inside and outside. When I found myself, I was surrounded by a smiling and committed people, who with admirable dedication to take knowledge of the fresh water reach the lagoons and streams of the Amazon in the Carajás National Forest, an Environmental Conservation unit in southeastern Pará, where they are mineral exploration activities.
Conceiving environmental education in a conservation unit that foresees mineral extraction first asks for an approximation with the territory. We land in the Serra de Carajás, located on the banks of the Parauapebas River, a tributary of the Tocantins River, and the Carajás National Forest, a region between the Tocantins-Araguaia and Xingu Rivers, in the South-Southeast region of Pará. Parauapebas, Tucuruí, Marabá, Curionópolis, Eldorado dos Carajás, Canaã dos Carajás, Ourilândia do Norte, Xinguara and others. The region is marked by being the richest iron ore reserve in the world and owning the largest gold mine in Brazil. Known as the Carajás Mineral Province, it was born from the bowels of the earth brought by volcanoes and today is noted for the diversity of its mineral resources and greatness of deposits, unique on the planet.
The knowledge of its diversity is new compared to other deposits such as South Africa or the Quadrilátero Ferrífero in Minas Gerais, discovered more than a century ago. However, it is already known to house the world’s largest exploited iron ore deposit, in addition to concentrating large quantities of manganese, copper, gold and nickel. Since then, the region and its surroundings have seen significant changes in its infrastructure, such as the construction of the Tucuruí Hydroelectric Power Plant, the Carajás Railroad and the Ponta da Madeira Port, located in the Itaqui Port, in São Luís (MA). mineral resources extracted from the region, which are mostly exported. Thus, Carajás represents the largest area of continuous Amazonian forest in the Southeast of Pará is also one of the largest ore exploration areas in the world. In addition, the region is known today as the Mosaic of the Carajás Province, due to its composition by conservation units such as the Igarapé do Gelado Environmental Protection Area, the Tapirapé Biological Reserve, the Tapirapé-Aquiri National Forest, the Itacaiunas National Forest, Xikrin do Cateté Indigenous Land and the Carajás National Forest.
Our approach to the territory is carried out with the Environmental Education Project within the framework of the Limnological Studies Program in the Flona de Carajás developed through a technical-scientific cooperation agreement with the Foundation Coordination of Projects, Research and Technological Studies between UFRJ and Valley. Seeking to know the region and the local actors that develop Environmental Education actions in the region of Carajás, we find the environmental educators of the Environmental Education Center of Parauapebas who showed interest for a continuous formation of the team. Thus, among the many experiences of the future, we conducted the first phase (16h) of a total of three (40h) of the Training Course for Environmental Educators: “Looks about the Amazon” proposed by our Research Group on Environmental Education and Education in Limnology Sciences.
Thus, the course has been co-building through training and information by us, environmental educators. Looking at the Amazonian biome, specifically in the context of the Mosaic of the Carajás Province, it contributes to how we dialogue, relate and stand in the face of the challenges and potentialities of this biome that suffers from diverse and complex socio-environmental conflicts, as well as, with different knowledge, environmental education and research carried out in Flona de Carajás. Thus, we aim to guide how this co-operation collaborates by relating socio-environmental problems to educational processes in their conceptual, procedural and attitudinal contents. So that we can supply demands and articulate actions with the school curriculum, seeking the promotion and integration of environmental education.