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Em todo o mundo, as Áreas Úmidas (AUs), em inglês wetlands, são os ambientes mais alterados e destruídos pela ação humana. Por esse motivo, instituições internacionais se articulam para exigir estudos sobre a dinâmica e proteção desses ecossistemas, pois não há identificação de AUs na maior parte do Brasil.
Mas, afinal, o que são Áreas Úmidas? Wolfgang Johannes Junk e outros cientistas as definiram como sendo ambientes de transição entre ecossistemas aquáticos e terrestres. Dependendo de sua localização, são classificadas em continentais ou costeiras. São naturais ou artificiais. Sua inundação pode ser permanente ou temporária por água doce, salobra ou salgada. E devem possuir comunidades de animais e plantas adaptadas à sua dinâmica hídrica. – Você poderá conhecer mais sobre as AUs em Vida na água, água na vida – Especial 2 ° Dia Mundial das Áreas Úmidas!
O potencial como recurso hídrico não se restringe apenas a lagos, rios e lençóis freáticos para uso doméstico, agropecuário, industrial, produção de energia, tratamento de esgoto, navegação, etc., mas as AUs são de suma importância para diminuir os picos de enchentes e seca, fornecendo assim, água para outros ambientes da bacia hidrográfica (veja mais em Água sobe e água desce).
A necessidade de estudos sobre definições e classificações de AUs para subsidiar cientificamente novas políticas de proteção e manejo sustentável é essencial (entenda mais aqui), ainda mais com discussões tão atuais sobre crise hídrica e o Novo Código Florestal. Em nosso país, esses ambientes não possuem o valor que merecem. Valor esse econômico, ecológico e/ou social. Isso leva a maior parte da população a preferir que as AUs sejam aterradas ou transformadas para uso agropecuário.
Atualmente, os estudos de mapeamento de AUs estão mais direcionados à região amazônica e ao pantanal, utilizando ferramentas tecnológicas de geoprocessamento, evidenciando grandes lacunas em outros biomas, especialmente os ambientes de menor tamanho. Devido os diversos tipos de AUs, mapeá-las torna-se complexo, pois as AUs diferem em cobertura terrestre; algumas têm água aberta e outras possuem vegetação típica.
O sensoriamento remoto é um método de mapear objetos e condições da superfície do planeta sem o contato direto, correspondendo a um dos principais recursos tecnológicos utilizados pela cartografia moderna em termos de mapeamento. Sua aplicação nas AUs tem demonstrado um grande potencial, pois faz-se necessário um tipo de ferramenta capaz de capturar, com a devida resolução, a variabilidade espaço-temporal inerente a esse ambientes. Podemos citar drones e satélites como artefatos utilizados.
Métodos tradicionais utilizados para analisar e compilar dados de AUs, como revisões de literatura, interpretação de mapas e digitalização, e agrupamento de dados e análises, geralmente não são tão efetivos como o sensoriamento remoto, quando se trata de monitorar a dinâmica de AUs, pois são incompatíveis, inconsistentes, demorados, atrasados em data e muitas vezes muito caros. No entanto, o sensoriamento remoto pode identificar e delinear as mudanças espaço-temporais em períodos de tempo definidos.
Avanços recentes no design e aplicação de sensores tornaram o sensoriamento remoto indispensável para o monitoramento de AUs. Essa técnica associada a ambientes de Sistemas de Informações Geográficas (SIG) é utilizada como possibilidade de se trabalhar as relações entre elementos de paisagem.
Brazilian Wetlands: a view at a higher altitude
Throughout the world, Wetlands, in portuguese Áreas Úmidas (AUs), are the most altered and destroyed environments by human action. For this reason, international institutions are articulated to demand studies on the dynamics and protection of these ecosystems, since there is no identification of Wetlands in most of Brazil.
But, after all, what are Wetlands? Wolfgang Johannes Junk and other scientists have defined them as transitional environments between aquatic and terrestrial ecosystems. Depending on their location, they are classified as continental or coastal. They are natural or artificial. Its flood can be permanent or temporary by fresh, brackish or salty water. And they must have communities of animals and plants adapted to their water dynamics. – You can learn more about Wetlands in Life in water, water in life – Special 2nd World Wetlands Day!
The potential as a water resource is not restricted only to lakes, rivers and groundwater for domestic use, agriculture, industry, energy production, sewage treatment, navigation, etc., but Wetlands are of paramount importance to reduce flood spikes and dries, thus providing water to other watershed environments (see Water rises and water goes down).
The need for studies on the definitions and classifications of Wetlands to scientifically subsidize new policies for protection and sustainable management is essential (understand more here), even more with current discussions on the water crisis and the Brazilian New Forest Code. In our country, these environments do not have the value they deserve. This value is economic, ecological and / or social. This leads most of the population to prefer that Wetlands be grounded or transformed for agricultural use.
Currently, Wetlands mapping studies are more directed to the Amazon region and to the Pantanal, using technological tools of geoprocessing, evidencing large gaps in other biomes, especially smaller environments. Due to the different types of Wetlands, mapping them becomes complex, since Wetlands differ in terrestrial coverage; some have open water and others have typical vegetation.
Remote sensing is a method of mapping objects and conditions of the planet’s surface without direct contact, corresponding to one of the main technological resources used by modern cartography in terms of mapping. Its application in the Wetlands has demonstrated a great potential, because it becomes necessary a type of tool able to capture, with the proper resolution, the space-time variability inherent to these environments. We can name drones and satellites as used artifacts.
Traditional methods used to analyze and compile Wetlands data, such as literature reviews, map interpretation and scanning, and clustering of data and analyzes are generally not as effective as remote sensing when it comes to monitoring the dynamics of Wetlands, since are inconsistent, inconsistent, time-consuming, late, and often very expensive. However, remote sensing can identify and delineate space-time changes over defined time periods.
Recent advances in the design and application of sensors have made remote sensing indispensable for the monitoring of Wetlands. This technique associated to Geographic Information Systems (GIS) environments is used as a possibility to work the relationships among landscape elements.
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