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A vida e as ideias de Aleksander Von Humboldt sob olhar do pós-pandemia

Gabriel Genovez por Gabriel Genovez
06/09/2024
in Meio Ambiente
1
Limnonews – Limnologia UFRJ
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            Nascido em Berlim no final do século XVIII, o grande cientista alemão Aleksander Von Humboldt, é um dos principais responsáveis pela atual visão holística da natureza. Autor de importantes obras, como: “Narrativa Pessoal” e “Kosmos”, inspirou o pensamento científico e artístico sobre a natureza de maneira intensa até meados do século XX.

Aleksander Von Humboldt. (Stieler, 1943)¹

INFÂNCIA

            Descendente de uma família com grande poder político e econômico, Humboldt era filho de um oficial do exército e neto de industriais.

         Apesar de suas condições abastadas, Alexander e seu irmão, Wilhelm, tiveram uma infância difícil. Em 1779, morre aos 59 anos o pai de Aleksander, deixando os irmãos Humboldt aos cuidados da mãe – Maria Elizabeth Von Colomb. Elizabeth custeava aos filhos uma educação iluminista, baseada na compreensão do mundo através da razão e da liberdade. No entanto, diferente do pai de Humboldt, sua mãe não demonstrava nenhum afeto emocional aos filhos. Segundo alguns biógrafos, como Andrea Wulf, esta característica da relação entre mãe e os dois filhos foi decisiva para a formação da personalidade de Aleksander e de Wilhelm na vida adulta.

            A rigidez da educação imposta por Elizabeth era muito angustiante para Aleksander, pois diferentemente do seu irmão, sentia-se extremamente inquieto em meio aos livros. Por isso, sempre que possível, fugia para o campo para desenhar plantas e animais, pois na natureza encontrava tranquilidade.

         Quando adulto Aleksander dizia que durante sua infância estava entre pessoas que o amavam, mas não o compreendiam.

FORMAÇÃO

         Ao final do século XVIII, a Prússia (nação que ocupava a porção central do território europeu) era regida pelo rei Frederico II, conhecido pelo seu amor à arte e ao conhecimento. Os crescentes investimentos do rei na reforma educacional, resultaram na formação de um forte polo de conhecimento, em que os Estados Germânicos possuíam mais universidades e bibliotecas do que os demais Estados Europeus.

          Apesar do generoso cenário científico alemão, Humboldt transpirava seu sonho de visitar terras distantes. No entanto

, Elisabeth, tinha o desejo que seus filhos ingressassem na carreira pública do Império Prussiano. Assim, ao completar 18 anos, Aleksander foi enviado para universidade de Frankfurt an de Oder (na época uma pequena cidade às margens do rio Oder) para estudar administração governamental e economia política.

    Seus estudos em Frankfurt não duraram muito, pois se transferiu rapidamente para a Universidade de Göttingen e em seguida para a Universidade de Hamburgo – até hoje um grande centro econômico e a principal cidade do norte da Alemanha. Em Hamburgo formou-se em Finanças e Economia. Posteriormente, ingressou na Escola de Mineração de Freiburg, onde concluiu seus estudos em apenas oito meses – normalmente concluído em três anos. Seu desempenho excepcional o fez ser nomeado, aos 22 anos, como inspetor de mina e nesta condição viajou por todo Estado Germânico e, assim, pode aprofundar seus estudos em zoologia, botânica e principalmente geologia. Além disso, ao aceitar o cargo público, Aleksander realizava o desejo de sua mãe, que era ver seu filho prestando serviço para o Estado Prussiano.

A BUSCA POR UMA GRANDE EXPEDIÇÃO

         Em cinco anos como inspetor de mina, Aleksander já havia viajado por grande parte do território prussiano e publicado vários artigos em diversas áreas do conhecimento, sempre às mantendo de forma separada, ou seja, de maneira disciplinar. Após ter explorado grande parte de sua região natal, sua angustia por não viajar para terras distantes aumentava. Porém, todo esse cenário mudou ao final do ano de 1796, com a morte de sua mãe.

         Com relatam os biógrafos, Aleksander não ficou abatido com a morte de sua mãe, pois como declarou em uma carta, eles eram “desconhecidos um para o outro”. Diante disso, finalmente sentiu-se livre para desligar-se das funções que exercia junto ao Estado Prussiano, requerendo assim, a sua exoneração do cargo. Logo iniciou os preparativos em busca de sua grande viagem, afim de realizar o seu grande sonho.

         Inicialmente, Humboldt viajou à Paris a fim de conseguir embarcar para as colônias francesas. No entanto, devido à falta de recurso do governo, seus planos foram frustrados.  Apesar de não conseguir viajar, foi em Paris que Aleksander conheceu o botânico Aimé Jacques Bonpland, com quem teceu rapidamente uma forte amizade.

     Após diversas tentativas de viajar para fora da Europa, Humboldt e Bonpland, com respectivamente aos 30 e 26 anos, conseguem permissão para embarcar para as colônias espanholas, desde que financiassem seus custos na viagem. Provido de sua vasta herança, Aleksander aceitou a proposta e logo viajaram para as terras que o tornaram um dos mais admiráveis cientistas de todos os tempos.

A EXPEDIÇÃO LATINO-AMERICANA

       A expedição de Aleksander e Bonpland pelo continente americano se iniciou na cidade venezuelana de Cumaná. A paisagem tropical com uma rica biodiversidade, fascinava os jovens naturalistas a cada novo espécime encontrado. Foram tantas coletas de plantas e animais, que rapidamente lotaram seus baús. Além da coleta dos espécimes, Humboldt registrava características geográficas associadas à cada item amostrado – temperatura, iluminação, latitude, longitude etc.

     Durante seu percurso pela terra latino-americana, Humboldt teve a oportunidade de visitar uma região na Venezuela que era uma das terras agrícolas mais prósperas das colônias do Império Espanhol. No entanto, diferentemente do que esperava, o importante lago da cidade – conhecido como Lago de Valência – chamou a atenção do jovem cientista, pois o volume de suas águas estava muito reduzido e isso vinha ocorrendo ao longo dos anos de maneira muito veloz.

                Preocupados com o rebaixamento do nível do lago de Valência, moradores do vale suspeitavam que houvessem canais subterrâneos que drenavam o lago. Mas, a partir de anotações que Aleksander fez durante suas excursões na região, ele pode deduzir que os desvios de córregos que alimentavam o lago e o desmatamento de florestas com o objetivo de “limpar o terreno”, resultavam em danos intensos ao meio ambiente. Com base nessas observações, Humboldt desenvolveu sua ideia pioneira sobre o impacto do homem sobre a natureza, pois a ação dos lavradores afetava intensamente os ecossistemas, o que ensejava um impacto direto sobre os moradores do vale.

      Apesar dos diversos aprendizados dos jovens cientistas, o marco mais importante da expedição foi a escalada ao vulcão Chimborazo no Equador – descrito por Humboldt como o “Monstruoso Colosso”.

       A visão de cima do “Monstruoso Colosso”, trazia a memória de Alexander todas as plantas e formações rochosas que havia observado ao longo de sua longa e muito difícil viagem. Pois assim como os diferentes padrões observados pelos espécimes ao longo da escalada do vulcão, a distribuição das espécies que ocorriam na Europa e na América do Sul, apresentava influência direta de fatores abióticos (não vivos). A relação intrínseca entre fatores bióticos e abióticos, resultou na visão “humboldtiana” da natureza em que todas as forças naturais são interligadas e interdependentes.

        A fim de externalizar sua nova visão sobre a natureza, Aleksander começa a esboçar uma ilustração do Chimborazo relatando a distribuição das plantas ao longo da gradação das características abióticas. A pintura é conhecida como Naturgemälde (A pintura da natureza) – sendo uma forma totalmente inovadora de divulgar dados científicos.       Diferente de tudo já publicado na época, Naturgemälde mostrava a importância de características do ambiente na ocorrência das espécies botânicas, assim, apresentava de forma simples como as forças da natureza se influenciavam de forma recíproca.

A pintura da natureza. (Bonpland & Humboldt, 1807)²

AS IDEIAS DE HUMBOLDT NO PERÍODO PÓS-PANDEMIA DO CORONAVÍRUS

       A visão Pré-Humboldtiana da natureza, sustentada desde de Aristóteles (368 a.C.–348 a.C.), observava o meio natural de maneira desconexa ao homem, afirmando que as plantas e os animais estavam a serviço da humanidade. Estas ideias foram ainda mais consolidadas através das obras de Francis Bacon e Rene Descartes, que defendiam a ideia de a natureza deve ser dominada pelo homem. Com isso, diante de uma sociedade baseada no consumo de bens, a perspectiva utilitarista sobre os recursos naturais é cada vez mais enraizada sobre a sociedade.

    O consumismo e o aumento da densidade populacional, resultam no aumento da necessidade da extração de recursos naturais. Insta salientar que, grande maioria da população mundial pressupõe veementemente que os recursos da natureza são infinitos, e tal constatação é extremamente preocupante.

       A demanda cada vez maior pela aquisição de bens e serviços, intensifica a invasão de habitats para extração dos recursos – principalmente em regiões tropicais. E com isso, enseja o aumento da aproximação do homem a animais silvestres, aumentando assim a exposição a possíveis organismos patogênicos.

       Um estudo desenvolvido no Imperial College London, identificou que entre os anos de 1960 e 2004, cerca de 200 doenças em humanos surgiram a partir do contato com animais silvestres (Jones et al., 2008)3. Esses números tendem a crescer ao longo dos anos, com relação direta da redução de habitats naturais e as mudanças que o ser humano causa à natureza.

     Esse cenário é extremamente preocupante, pois assim como o COVID-19 está paralisando o mundo, novas doenças podem emergir a qualquer momento.

        A percepção do homem como parte da natureza, traz a responsabilidade de restabelecer o equilíbrio com a biodiversidade, pois o atual modelo de sociedade está sendo ecologicamente predatório. E esse cenário, mostra a incongruência da concepção que os recursos naturais estão a serviço do homem e acentua a percepção de Humboldt, do quão o homem é interligado e interdependente à natureza.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS

2 Bonpland, A. ; Humboldt, A. (1804). Ideen zu einer Geographie der Pflanzen nebeneinem Naturgemälde der Tropenländer. Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Zentralbibliothek_Z%C3%BCrich_-_Ideen_zu_einer_Geographie_der_Pflanzen_nebst_einem_Naturgem%C3%A4lde_der_Tropenl%C3%A4nder_-_000012142.tiff . Acesso em 18 abr. 2020.

Helferich, G. (2005). O Cosmos de Humboldt: Alexander Von Humboldt e a viagem à América Latina que mudou a forma como vemos o mundo. Tradução de Adalgisa Campos da Silva. Rio de Janeiro: Objetiva.

3 Jones, K. ; Patel, N. ; Levy, M. ; et al. (2008). Global trends in emerging infectious diseases. Nature, v.451, p.990–993.

1 Stieler, J. K. (1943). Alexander Von Humboldt. Pintura, tinta óleo sobre tela, 107 x 87 cm. Disponível em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Stieler,_Joseph_Karl_-_Alexander_von_Humboldt_-_1843.jpg> . Acesso 18 abr. 2020.

Wulf, A. (2016). A invenção da natureza: a vida e as descobertas de Alexander Von Humboldt. Tradução de Renato Marques. 1º ed. São Paulo: Planeta, 2016

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Comments 1

  1. rbozelli says:
    5 anos ago

    Bacana seu texto Gabriel. Importante e necessária esta sua valorização da história natural, pelo reavivamento da trajetória de Humboldt, um personagem sem igual da história da ciência. E também muito pertinente a união que fez deste passado inspirador com um presente de medo e incertezas.

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