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[Mês da Consciência Negra] Entendendo a trajetória educacional de uma preta à luz da Ecologia

Juliana Leal por Juliana Leal
06/09/2024
in Educação
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Limnonews – Limnologia UFRJ
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O Dia da Consciência Negra – 20 de novembro – é marcado por resistência e luta. Mas para a população negra todos os 365 dias do ano são assim. Ainda que a população brasileira seja em sua maioria negra, vivemos num país desigual em que o racismo se faz presente nas nossas práticas cotidianas e na estrutura da nossa sociedade. Também é verdade que a pauta negra só tem sua voz ampliada, em geral, durante o mês de novembro, quando diversas mobilizações e iniciativas são tomadas em prol desse tema que marca, molda e constitui a vida de tantas pessoas no nosso país. Ainda hoje as marcas da escravidão são sentidas. Até hoje a população negra permanece à margem da sociedade, com dificuldades para ter acesso à educação, saúde, bons empregos, moradias seguras e tanto mais. E essa é só a superfície, as marcas são muito mais profundas, basta você ver a violência que a população negra sofre no Brasil, como é noticiado diariamente. Nesse mês, o Blog LimnoNews trará textos sobre diversas experiências e vivências sob a óptica de autores negros. Ainda que seja uma iniciativa relacionada ao novembro negro, reforçamos que essa visibilidade deve ser dada todos os dias para que os negros ocupem todos os espaços. Convidamos vocês a lerem os textos e questionarem a representatividade negra no seu dia a dia, nos espaços que você frequenta, no que você consome e no meio acadêmico. Todos sabemos a importância da temática negra e falamos sobre ela. Mas é sempre bom lembrar que “não basta não sermos racistas, sejamos antirracistas”.

Equipe Blog LimnoNews

Ao longo de toda a minha formação educacional, acostumei-me a ser a única ou umas das muito poucas pessoas pretas na sala de aula e em muitos outros espaços sociais. Quando eu era criança, nunca havia percebido essas diferenças na cor da pele, talvez, deva-se ao fato de fazer parte de uma família extremamente miscigenada. Ao chegar no Ensino Médio, mudei para uma escola particular, frequentada por alunos de família de classe média/alta, em Nova Friburgo, uma cidade conhecida por sua colonização suíça e alemã. Naquele momento, dei-me conta que eu fazia parte de uma minoria em lugares onde o dinheiro era pré-requisito. Da graduação ao doutorado, esse padrão que eu havia percebido na adolescência só foi reforçado, sendo eu cada vez mais “diferente” das outras pessoas ao meu redor. Hoje, depois de tantos anos estudando Ecologia, percebo que eu era, e muitas vezes ainda continuo sendo, uma espécie rara.

Uma das características da espécie rara é que ela ocorre em baixíssima frequência nas comunidades biológicas e, uma das causas dessa raridade, é a mudança na qualidade do habitat — geralmente, para pior. Sabemos como a escravização de nossos ancestrais africanos pelos europeus nos confinou a empregos subalternizados, a moradias precárias e à carência de serviços prestados pelo Estado, principalmente, a segurança e a educação. Nossos ancestrais foram arrancados de suas vidas, de suas histórias e forçados ao trabalho braçal, em condições aquém do lastimável. Quando a liberdade foi dada a eles, nenhuma oportunidade de trabalho remunerado, qualificação ou mesmo moradia foi oferecida. Essa foi a história do empobrecimento do habitat do povo preto. Você consegue se imaginar nessa condição? Imagine-se mantido em cativeiro por toda sua vida e, um belo dia, concedem-te a liberdade: aonde ir? Por onde começar? O que comer? Assim como uma espécie que tem a sua população dizimada por um evento catastrófico e se torna rara, nós, pretos, também estamos em um processo de recuperação de um evento catastrófico que nos tornou “raros” em quaisquer espaços onde há bens e serviços de qualidade.

A recuperação do status original da população de uma espécie sujeita a um evento catastrófico é possível. A esperança é que nós, povo preto, somos espécie rara, mas pioneira. E como uma espécie de planta pioneira, estamos adaptados a um ambiente considerado hostil a muitas outras espécies. Mesmo nessa adversidade, ocupamos esses espaços, mudamos as suas características e, assim, com o passar do tempo, tornamos possível que novas plantas cresçam e se desenvolvam plenamente, fazendo com que florestas se estabeleçam. Haverá um dia no qual o povo preto será uma espécie de jequitibá na Mata Atlântica da sociedade: firme, em uma posição de destaque e confiante na capacidade de suas raízes. Tenho a certeza de que cada um dos pretos que ocupa um espaço na sociedade onde ainda somos minoria, está modificando os paradigmas sociais pelo simples fato de (r)existir. Um novo “mundo floresta” está por vir e eu fico muito feliz e realizada em ser um indivíduos de uma espécie rara, mas pioneira.

Não tem dor que perdurará

Nem o teu ódio perturbará

A missão é recuperar

Cooperar e empoderar

Já foram muitos anos na retranca

Mas preto não chora, mano, levanta

Não implora, penhora a bandeira branca

Não cansa a garganta com antas, não adianta não

Foco e atenção na nossa ascensão

Eminência Parda – Emicida

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