Há quase oito anos, mais precisamente no dia 24 de agosto de 2018, postei um material aqui no LimnoNews, intitulado “O Desafio da Acessibilidade e Inclusão de Pessoas com Deficiência na Comunidade Científica”. Esta postagem foi motivada pela minha participação no “1º Encontro de Sensibilização da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) pela Acessibilidade” (Figura 1). Este Encontro teve como objetivo sensibilizar e informar sobre como tornar a Universidade mais acessível, em função do ingresso no segundo semestre de 2017 de pessoas com deficiência, em função da Lei Nº 13.409, de 28 de dezembro de 2016. Esta Lei dispõe sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos técnico de nível médio e superior das instituições federais de ensino.

Figura 1: Poster de divulgação do “1º Encontro de Sensibilização UFRJ pela Acessibilidade”
Então. Depois de quase oito anos, como estamos? Somos mais inclusivos de fato? Ações e esforços foram observados, mas ainda caminhamos a passos lentos. E o pior é que ainda conversarmos e discutimos pouco sobre esta e outras questões relevantes para a sociedade. Posso destacar tal situação, onde fui responsável por uma informação equivocada na postagem mencionada anteriormente. Relatei que a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) era reconhecida como segundo idioma oficial do Brasil. Isso não é verdade. Ela é considerada uma língua legal de comunicação e expressão, conforme a Lei nº 10.436/2002. Por isso, considero a UFRJ uma Instituição muito mais reativa do que proativa. Estamos pouco conectados com a sociedade, seus anseios, desejos e necessidades. Um exemplo é a recente criação de um programa voltado ao tema Sustentabilidade (Figura 2), tema discutido a tempos pela sociedade. Vejam o caso da criação em outubro de 2017 da DIVISÃO DE ESTRATÉGIA PARA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL INSTITUCIONAL (DISAI), (https://www.cefet-rj.br/index.php/organograma-equipe-lideranca-diges/divisao-de-sustentabilidade) pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet/RJ). Podemos observar que estamos a pelo menos oitos atrasados. Mas é claro, devemos parabenizar os esforços para tal realização.

Figura 2: Lançamento do Programa de Sustentabilidade da UFRJ.
E o que me levou a redigir esta postagem, foi o recente, mas nada inédito, episódio relacionado ao atraso de salários com a consequente paralisação das atividades dos funcionários terceirizados do Campus da Ilha do Fundão. Com a exceção de alguns movimentos isolados de estudantes ( https://www.band.uol.com.br/bandnews-fm/rio-de-janeiro/noticias/estudantes-da-ufrj-protestam-contra-atraso-de-salario-de-funcionarios-no-bandejao-do-fundao-202504161423), a maior preocupação nos corredores da UFRJ parecia ser com relação ao lixo acumulado. Acredito que faltou expressarmos de forma mais veemente, não apenas a nossa indignação com a situação em si, mas também a demonstração do quão importante são as atividades desenvolvidas por estes profissionais. Talvez uma forma de mudarmos este quadro seja buscarmos atividades que possibilitem nos aproximarmos dos diferentes setores que compõe nossa Instituição. Principalmente daqueles “excluídos”. Que possamos de fato ser uma Instituição Inclusiva. Mas para isso acredito que seja necessário mudanças de atitude, onde não estejamos apenas imersos em nossos projetos pessoais, isolados de uma participação mais efetiva da comunidade. Pois, caso contrário, talvez o que mais represente nossa Instituição seja a Ponte do Saber (Figura 3), onde o caminho desta via aponta apenas para fora da Universidade.

Figura 3: Ponte do Saber da UFRJ, ligando a Universidade a Linha Vermelha.