LimnoNews
  • Sobre Nós
  • Ciência
  • Ecologia
  • Educação
  • Limnologia
  • Meio Ambiente
  • Sustentabilidade
  • Outros
    • Encontro Científico
    • Mudanças Climáticas
    • Relatos de Experiência
    • Ecossistemas
No Result
View All Result
  • Sobre Nós
  • Ciência
  • Ecologia
  • Educação
  • Limnologia
  • Meio Ambiente
  • Sustentabilidade
  • Outros
    • Encontro Científico
    • Mudanças Climáticas
    • Relatos de Experiência
    • Ecossistemas
No Result
View All Result
LimnoNews
No Result
View All Result

Diversidade animal e vegetal: Uma introdução às macrófitas e aos macroinvertebrados aquáticos!

Por Rudá Porto

LimnoNews por LimnoNews
30/07/2025
in Limnologia
0
Diversidade animal e vegetal: Uma introdução às macrófitas e aos macroinvertebrados aquáticos!
Share on FacebookShare on Whatsapp

Enquanto na semana passada nos aprofundamos nas características e particularidades dos habitantes microscópicos de rios e lagoas, desta vez trataremos de organismos de uma escala maior e que, com certeza, serão um pouco mais reconhecíveis. Apesar de não ser possível tratar de todos os grupos taxonômicos pertencentes à diversidade visível ao olho nu em um único texto, separamos dois grupos em particular que nos permitem exemplificar como ecossistemas aquáticos oferecem suporte e recursos para inúmeros tipos de animais e vegetais.

Dentre os diversos grupos sobre os quais poderíamos discorrer, temos os macroinvertebrados como um ótimo ponto de partida. Este conjunto de seres é extremamente plural, tendo como principal fator caracterizante a sua retenção em redes de 500 micrômetros (Hauer e Resh, 2017) e, portanto, abrange insetos, platelmintos, moluscos e outros organismos. Em especial, ao considerar o grupo dos insetos – que por si só já é extremamente rico em espécies e grupos taxonômicos – é importante lembrar dos diferentes estágios de vida e suas características particulares para coleta.

Fig 1. 1) Ninfa de odonata. Foto de Marina Pimpão Vasquez. 2) Ninfa de odonata, família e estágio de vida distintos. Foto de Fabio Ivo Perdigão

E como é feita essa coleta? De forma geral, grande parte dos macroinvertebrados em rios e outros ambientes lóticos vive associada ao sedimento e, portanto, pode ser classificada como bentônica. Utilizam-se então ferramentas como um amostrador de Surber (Fig. 2) para a captura dos organismos, agitando o sedimento e posicionando a ferramenta a favor da correnteza. Diferentes tipos de sedimento afetam esse processo e quais organismos serão coletados. Um sedimento formado unicamente por pedra e cascalho irá abrigar populações de macroinvertebrados distintas daquelas presentes em um solo arenoso coberto por matéria orgânica, por exemplo.

Fig 2. Esquema de amostrador de Surber. Autoria de Eduardo Bordoni. Fonte: https://canal.cecierj.edu.br/recurso/9424

Após a coleta, a amostra de sedimento é tratada, separando o material inorgânico e orgânico dos organismos coletados. Os macroinvertebrados são então caracterizados até o menor nível taxonômico possível, por meio de chaves de identificação e observações sobre sua anatomia. A partir desse momento, os próximos passos serão definidos pelos objetivos principais de cada projeto científico e seu consequente objeto de estudo, mas ainda é possível destacar alguns dos principais usos gerais para os macroinvertebrados!

Fig 3. Macroinvertebrados em diferentes etapas de triagem. Fotos de Julia Vasconcellos

De maneira geral, esses organismos – assim como o zooplâncton e o fitoplâncton anteriormente – atuam como ótimos bioindicadores devido à sua sensibilidade e vulnerabilidade a mudanças nas variáveis abióticas de seus habitats. O índice EPT é apenas um exemplo de índice desenvolvido relacionando a abundância de organismos e a riqueza de táxons com a qualidade da água. Nele, a presença de táxons sensíveis à urbanização (Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera) é estudada, frequentemente em conjunto com outros grupos como quironômideos e membros da família Odonata (Martins, 2017). Curbícolas e outros filtradores também podem ser utilizados como mensuradores da presença de contaminantes, como metais pesados e compostos químicos, exemplificando mais uma utilidade dos macroinvertebrados em estudos limnológicos.

Fig 4. Representação de bivalves. Desenvolvido por Freepik

Em contrapartida e com uma perspectiva vegetal, podemos encontrar um grupo igualmente importante: as macrófitas! Estas são organismos fotossintetizantes visíveis a olho nu que vivem em contato permanente com a água, seja por meio de uma submersão parcial ou total. De maneira similar aos macroinvertebrados, o termo “macrófita” na realidade inclui diversos organismos diferentes, sejam eles angiospermas aquáticas, samambaias aquáticas ou até mesmo macroalgas.

Fig 5. Macrófitas em ambiente natural. Fotos por Rodrigo Maxmiano

Diante de sua classificação taxonômica heterogênea, torna-se necessário para seu estudo a caracterização adicional desses organismos em seus diferentes biótopos, ou seja, seus graus de adaptação ao meio aquático e seu consequente papel ecológico. Dentro dessa classificação, possuímos 5 tipos principais de macrófitas (Esteves, 2011):

  1. Emersas: São plantas aquáticas que possuem raízes fixas no sedimento e desenvolvem folhas e hastes que se projetam acima da superfície da água. Parte significativa de sua estrutura está exposta ao ar;
  2. Com folhas flutuantes: Essas plantas também se fixam ao fundo, mas suas folhas se estendem até a superfície, onde flutuam livremente;
  3. Submersas livres: Diferentemente das anteriores, essas plantas não se fixam no sedimento — ou o fazem de forma muito fraca, por meio de rizóides pouco desenvolvidos;
  4. Submersas enraizadas: São espécies que crescem completamente submersas, com raízes firmemente ancoradas no substrato. Todo o corpo se encontra submerso, mas pode desenvolver estruturas reprodutivas que alcançam a superfície;
  5. Flutuantes livres: São plantas que flutuam livremente sobre a superfície da água, sem estarem fixas ao fundo.
Fig 6. Esquema de biótopos de macrófitas. Esquema retirado do livro Fundamentos de Limnologia, 2011

A coleta de macrófitas é realizada principalmente por meio de esforços manuais e uso de redes em campo, com a utilização de exsicatas para sua preservação e eventual identificação. Esse processo consiste no prensar de amostras vegetais e sua posterior secagem, garantindo a manutenção de seu formato semelhante ao estado vivo. É importante destacar que estes organismos fotossintetizantes possuem maior concentração de água em sua composição quando comparados a organismos terrestres, requerendo então mais cuidados durante a preparação de sua exsicata.

Fig 7. Exsicata de Euchornia crassipes. Reflora – Virtual Herbarium. Disponível em: https://reflora.jbrj.gov.br/reflora/herbarioVirtual/ConsultaPublicoHVUC/ConsultaPublicoHVUC.do?idTestemunho=4805595. Accessed on 20/7/2025

As macrófitas, de maneira geral, têm como uma de suas principais funções a estocagem de nutrientes por meio de sua produção primária. Sua capacidade fotossintética lhes confere um papel importante como base das cadeias tróficas, servindo de alimento para herbívoros e como fonte de detritos para vias alternativas de ciclagem da matéria orgânica. Essa capacidade produtiva também permite às macrófitas estocar contaminantes em sua biomassa, removendo-os do ambiente e possibilitando o manejo desses ecossistemas.

 

É evidente então que a análise de macroinvertebrados e de macrófitas aquáticas trata de conhecimentos fundamentais para o monitoramento e a gestão sustentável dos ambientes aquáticos continentais, mesmo sendo apenas uma porção da complexidade e da riqueza dos ecossistemas limnológicos.

 

Referências:

ESTEVES, F.A. Fundamentos de Limnologia, 3rd edn. Editora Interciência, Rio de Janeiro. 2011.

HAUER, F. R., & RESH, V. H. Macroinvertebrates. In Methods in Stream Ecology. Academic Press, v, 1, p. 297-319. 2017.

MARTINS, Renato T. et al. Effects of urbanization on stream benthic invertebrate communities in Central Amazon. Ecological indicators, v. 73, p. 480-491, 2017.

Previous Post

O plâncton: um universo microscópico nas águas

Próximo Post

A vista lá de cima: um voo limnológico sob a lente do geoprocessamento

LimnoNews

LimnoNews

Related Posts

Entre poças e lagoas, do PELD ao INCT: a trajetória recente da Limnologia UFRJ nas áreas úmidas da Restinga de Jurubatiba
Limnologia

Entre poças e lagoas, do PELD ao INCT: a trajetória recente da Limnologia UFRJ nas áreas úmidas da Restinga de Jurubatiba

setembro 10, 2025
Como a pesquisa funciona nos bastidores? Uma perspectiva a partir do Projeto de Educação Ambiental de Carajás
Limnologia

Como a pesquisa funciona nos bastidores? Uma perspectiva a partir do Projeto de Educação Ambiental de Carajás

agosto 27, 2025
QUANTO MAIS ÚMIDO MELHOR? NEM SEMPRE! – PROJETO ÁREAS ÚMIDAS (PROAU): CONHECENDO OS ECOSSISTEMAS DO RIO DE JANEIRO
Limnologia

QUANTO MAIS ÚMIDO MELHOR? NEM SEMPRE! – PROJETO ÁREAS ÚMIDAS (PROAU): CONHECENDO OS ECOSSISTEMAS DO RIO DE JANEIRO

agosto 13, 2025
Limnologia na prática: seja você mesmo um limnólogo!
Limnologia

Limnologia na prática: seja você mesmo um limnólogo!

agosto 6, 2025
A vista lá de cima: um voo limnológico sob a lente do geoprocessamento
Limnologia

A vista lá de cima: um voo limnológico sob a lente do geoprocessamento

julho 30, 2025
O plâncton: um universo microscópico nas águas
Limnologia

O plâncton: um universo microscópico nas águas

julho 14, 2025
Próximo Post
A vista lá de cima: um voo limnológico sob a lente do geoprocessamento

A vista lá de cima: um voo limnológico sob a lente do geoprocessamento

Categorias


LimnoNews é orgulhosamente mantido com WordPress