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E essa energia aí? É limpa?

matheus.vieiras por matheus.vieiras
06/09/2024
in Meio Ambiente
1
Limnonews – Limnologia UFRJ
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A energia é um dos principais motores da sociedade moderna. Ela é necessária para se criar bens com base em recursos naturais e para fornecer muitos dos serviços que nos beneficia. A energia está presente em todos os setores da sociedade. Ela faz-se presente desde a hora que levantamos de nossas camas pela manhã, até a hora que voltamos a nos deitar a noite. Na maioria das vezes, decorrente de um ato quase automático de acender uma lâmpada, ligar o chuveiro para tomar um banho quente ou até mesmo o computador que você utilizará por várias horas durante o seu dia, não lembramos do caminho que esse bem tão necessário percorre até chegar em nossas tomadas.

Fonte: https://images.app.goo.gl/geB7Gy9MMNsa2gGH8

O gráfico de barras abaixo indica que quanto mais sofisticada a vida e maior sua qualidade, maior a necessidade de consumo de energia. Do homem primitivo, que não conhecia o fogo, até o homem tecnológico, o consumo diário cresceu de 2000 kcal para quase 230.000 kcal, em 1 milhão de anos. Esse aumento foi progressivo, acompanhando o refinamento da tecnologia desenvolvida pela humanidade para modificar o meio ambiente em seu benefício. Os recursos energéticos disponíveis na Terra, porém, são limitados. Conciliar esse fato com as necessidades humanas é um grande desafio a ser enfrentado pela ciência moderna, independentemente das administrações e das ideologias.

Figura 2- Estágios de desenvolvimento e consumo de energia per capita do homem primitivo ao homem tecnológico. Fonte: Piqueira e Brunoro (2019)

O mundo possui uma matriz energética composta, principalmente, por fontes não renováveis, como carvão, petróleo e gás natural. Fontes renováveis como solar, eólica e geotérmica, por exemplo, juntas correspondem a menos de 2% da matriz energética mundial. Já no Brasil, cerca de 67% de sua matriz elétrica é gerada basicamente em usinas hidrelétricas.

A energia hidrelétrica vem a partir da obtenção de energia elétrica por meio do aproveitamento do potencial hidráulico de um rio. Para que esse processo seja realizado é necessária a construção de usinas em rios que possuam elevado volume de água e que apresentem desníveis em seu curso. A energia hidrelétrica é reconhecida como uma fonte de energia primária renovável, ou seja, tem como principal característica a origem direta da natureza. Por isso, ela pode ser aproveitada sem que se esgote ao longo do tempo.

O grande potencial hidrelétrico brasileiro representa uma indiscutível vantagem comparativa em relação às matrizes elétricas adotadas por outros países. O Ministério do Meio Ambiente do Brasil reconhece a energia produzida em hidrelétricas como “uma fonte abundante, limpa e renovável, de utilização alternativa”.

Apontamentos entre as vantagens e desvantagens do uso de energia hidrelétrica

A principal vantagem é, sem dúvida, ser uma fonte de energia renovável, que no Brasil continua sendo mais barata do que as demais energias limpas (solar, eólica e proveniente das marés). A água represada pode ser usada na irrigação de plantações próximas à usina e na regulação da vazão do rio.

As desvantagens do uso desse tipo de energia superam as vantagens, pois permeia negativamente uma gama de aspectos sociais, físicos, químicos e principalmente ambientais. Alguns de seus danos são reconhecidamente irreparáveis!

Os impactos sociais estão principalmente relacionados com o alagamento de grandes áreas. A inundação dessas áreas provoca o êxodo de populações ribeirinhas, indígenas, quilombolas ou comunidades tradicionais que precisam ser deslocadas para áreas mais distantes. Esses povos são duplamente afetados pelas construções de usinas hidrelétricas, uma vez que boa parte de sua renda familiar vem de atividades extrativistas como a pesca.

Foto: Usina hidrelétrica de Itaipu. Fonte: https://www.itaipu.gov.br/en/press-office/news/itaipu-dam-works-combine-energy-environment-and-biodiversity

As principais alterações físicas e químicas ficam por conta das alterações no microclima do entorno das barragens, tais como: variações na umidade relativa do ar, nos ciclos e quantidade das chuvas, no sistema de ventos, etc.

A variação da turbidez da água em períodos durante e pós tempestades, devido a ressuspensão de sólidos na coluna d’água, diminui a entrada de luz na água e altera a produção primária de fitoplâncton e de macrófitas submersas. Como consequência, a quantidade de oxigênio dissolvido na água pode diminuir muito, comprometendo toda a vida aquática. Além disso, ocorrem alterações contínuas na temperatura, oxigênio dissolvido e pH da água quando não ocorre desmatamento prévio da mata ciliar antes da inundação.

Perdas da flora e da fauna nativas, tanto aquática como terrestre, também ocorrem. Os reservatórios se tornam barreiras físicas que impedem processos de migrações sazonais de peixes para se reproduzir durante a piracema. Além disso, já é consenso na ciência que hidrelétricas atuam como facilitadores no estabelecimento de espécies exóticas que podem causar desequilíbrios em ecossistemas de toda a bacia hidrográfica.

A vegetação natural também sofre com o processo de inundação. Boa parte dessas áreas inundadas possuem grande potencial para uso agropecuário ou são áreas de mata ciliar florestadas que abrigam uma grande riqueza de espécies da fauna e flora. Além disso, a vegetação ciliar inundada diminui o sequestro de carbono e aumenta a emissão de gases do efeito estufa.

Podemos pensar em sustentabilidade e produção energética ao mesmo tempo?

A resposta é sim! Mas, devemos ter em mente que a obtenção de energia sempre gera algum tipo de impacto ambiental, seja em grande ou pequena proporção. Mesmo considerando as hidrelétricas como sendo uma fonte de “energia limpa”, do ponto de vista ambiental, não pode ser considerado uma ótima solução ecológica, pois interferem drasticamente no meio ambiente e na vida das pessoas que vivem à margem dos rios.

Com um bom planejamento integrado de recursos, o governo pode realizar progressivamente uma transição do atual sistema energético e propor um planejamento para cortar subsídios destinados às fontes de energia que geram mais impactos ambientais, garantindo incentivos para fontes energéticas mais sustentáveis, como a energia solar e eólica. É dever do Estado estimular o desenvolvimento científico de políticas tecnológicas inovadoras, com investimentos e incentivos à inovação.

Fontes bibliográficas:

Arantes, C.C., Fitzgerald, D.B., Hoeinghaus, D.J., & Winemiller, K.O. (2019). Impacts of hydroelectric dams on fishes and fisheries in tropical rivers through the lens of functional traits. Current Opinion in Environmental Sustainability, 37, 28-40.

Bizawu, S. K., & de Sousa Soares, C. N. (2019). Energia renovável: O impacto na usina de furnas. Revista da AJURIS, 45(145), 251-266.

Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Matriz Energética e Elétrica. Disponível em: <http://epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica>

Khan Academy. Impactos socioambientais das usinas hidrelétricas. Disponível em: < https://pt.khanacademy.org/science/8-ano/fontes-de-energia/produzindo-energia-eletrica/a/impactos-socioambientais-das-usinas-hidreletricas>

Ministério do Meio Ambiente (2006). Caderno setorial de recursos hídricos: geração de energia hidrelétrica

Piqueira, J.R.C., & Brunoro, C.M. (2019). ENERGIA: uso, geração e impactos

Portal Solar. Fontes de Energia Renováveis: Tudo o que você precisa saber. Disponível em: <https://www.portalsolar.com.br/fontes-de-energia-renovaveis.html>ambientais. CEP,1525.

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Comments 1

  1. rbozelli says:
    5 anos ago

    Boas informações Matheus. Nunca é demais lembrar que precisamos pensar nas decisões que nós tomamos a cada instante e o que está por trás dela, para suportá-la. Quando fazemos o exercício de pensar no caminho de um bem, ou de um produto, um material, um serviço ambiental é que nos damos conta da complexidade do sistema.

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