Olá leitores! Como foi o fim de ano de vocês? Esperamos que seguindo todas as medidas de isolamento social e de segurança, não esqueçam que a pandemia não acabou! Bom, em janeiro nós tiramos férias das postagens, como avisamos no último post de 2020, para descansar, mas também para preparar muitas novidades para o ano de 2021. No entanto, ainda estamos no espírito de férias e, por isso, hoje o nosso texto é sobre esse assunto. O cientista é uma figura muitas vezes associada apenas ao laboratório, aquela pessoa que vive, literalmente, para a sua pesquisa. É claro que nós amamos a nossa profissão e nos dedicamos muito a ela, porém férias, delas todos nós gostamos e precisamos! Pensando nisso, que tal dicas do que fazer nas férias?
Equipe LimnoNews
ATENÇÃO: Em função da situação de emergência sanitária provocada pela pandemia de COVID-19, não é recomendado pelas autoridades sanitárias a aglomeração de pessoas em espaços públicos e/ou privados. Além disso, diversas atividades estão proibidas e o funcionamento de museus, parques e outras atrações turísticas estão com restrições de horário e capacidade. Consulte e respeite as deliberações dos órgãos sanitários competentes para a sua cidade, mantenha o distanciamento social, use máscara e lave as mãos frequentemente.
A expressão que dá título a este post é uma velha conhecida nossa. Mas devemos sempre repensar um pouco o contexto que estes tão famosos ditados populares se aplicam. Obviamente, quem trabalha com o que gosta certamente é um profissional mais realizado e feliz. O que não quer dizer que não mereça uns dias de férias! Estamos sempre imersos em uma intensa rotina produtivista, pautada quase sempre na quantidade, com prazos extenuantes e nos impondo rotinas exaustivas. Imaginar que só porque você trabalha em sua área de interesse você deve abrir mão do seu momento de descanso, é mais uma maneira de alimentar este sistema social opressor que vivemos. Além disso, a relação que estabelecemos com aquilo que identificamos como dever ou trabalho, já propicia o estabelecimento de mecanismos mentais de autocobrança, senso de responsabilidade e necessidade que por si só já são estressantes e não tem qualquer relação com as atividades que desenvolvemos simplesmente pelo prazer de faze-las. Então, sim! Vamos a la playa!
Aproveitar nosso tempo livre e nossas férias é, inclusive, muito importante pra que possamos voltar ao trabalho com as energias (e as ideias!) renovadas. Contrariando o senso comum, cientistas não são seres de outro mundo e também precisam de férias. Inclusive, parece que o ócio é um ótimo combustível para a criatividade. Mas será que estamos de fato curtindo nosso tempo com qualidade? As possibilidades de lazer são muitas e cada um escolhe aquilo que lhe é mais agradável. Vale aquele barzinho com os amigos, um tempo lendo aquele livro que você comprou há 5 anos e nem tirou da embalagem, ver aquela série de sucesso ou simplesmente fazer nada! Mas podemos unir o útil ao agradável e fazer com que o nosso tempo livre seja um momento prazeroso e ao mesmo tempo um aliado da nossa saúde ou do nosso conhecimento! As cidades estão cheias de equipamentos de lazer e opções muito interessantes para a gente expandir nossa cultura, rever nossa história ou aumentar os níveis de endorfina! Vejamos algumas opções:
1. Museus – Muita gente acha museu chato. Não poderiam estar mais equivocados! Museus são excelentes ambientes para visitarmos no tempo livre. Com exposições permanentes ou mesmo temáticas, museus contam a nossa história, nos remetem as nossas origens, nos fazem compreender o presente e pensar o futuro. Com acervos que podem ser de história natural ou de obras de arte, os museus são joias raras da cultura brasileira. Infelizmente, muito negligenciados pelo poder público e sofrendo com a falta de investimentos e manutenção, são recorrentes tragédias como as vivencias no Museu da Língua Portuguesa e no Museu Nacional no Rio. Então, permita-se mergulhar no mar de conhecimento do museu mais próximo de você. Tenho certeza que será uma experiência incrível! Fica a dica: Para os residentes da cidade do Rio de Janeiro, que tal ampliar sua rota dos museus para além dos conhecidos Museus do Amanhã, MAM e MAR e conhecer o Museu dos Pretos Novos ou o Museu Aeroespacial?
Museu dos Pretos Novos. Fonte: Google imagens.
Museu Aeroespacial. Fonte: Google imagens.
2. Trilhas e caminhadas – Para aqueles amantes da natureza, nada como mergulhar nas águas geladas de uma bela cachoeira ou mesmo pegar um solzinho na praia. Restabelecer nossa conexão ancestral com a natureza, nos compreender como parte de um grande sistema vivo além de propiciar uma grande sensação de bem-estar é essencial para repensarmos nosso impacto no planeta. Entender que dividimos este mundo, país e cidade com milhares de outras formas de vida que tem o mesmo direito a existir que nós, é o primeiro passo para a mudança de atitude. No seu tempo livre, aproveite para visitar os parques e unidades de conservação. As opções de lazer são muitas: caminhadas, trilhas, avistamento de fauna, mirantes e vistas deslumbrantes, cachoeiras, praias, ciclismo de aventura, escalada e por aí vai. Substitua a visita a locais de escravização e exploração animal (como a maioria dos zoológicos e aquários), pela imersão em um ambiente natural e conservado. Se entendêssemos que podemos ver os animais livres em seu habitat natural, nenhum ser vivo precisaria ser encarcerado. Acredite, nenhum aquário é maior do que o mar!! Valorize e visite a unidade de conservação mais próxima de você! Além disso, atividades físicas como caminhadas e trilhas são excelentes para nossa saúde, auxiliando na liberação de endorfina e aumentando a sensação de bem-estar. Então, partiu trilha? Fica a dica: No Rio, as opções de atividades na natureza são muitas! Fugindo do mais comum como a trilha da pedra do telégrafo e trilha da pedra da gávea, já pensou em ir na monumental Pedra do Osso ou na lindíssima Cachoeira do Mendanha? Ambos ficam na zona oeste da cidade, vale a pena a visita!
Vista para a Pedra do Osso. Fonte: Google imagens.
Vista para a Cachoeira do Mendanha. Fonte: Google imagens.
3. Áreas de lazer e espaços públicos – Pra quem está com aquela preguiça ou impossibilitado de fazer caminhadas mais longas ou trilhas, ainda existem muitas outras opções de atividades ao ar livre que exigem pouco fisicamente. Um passeio pelo centro histórico de sua cidade, pela orla ou mesmo um picnic naquela pracinha do bairro são ótimas opções para relaxar e distrair. Atividades que valorizam os atrativos locais fomentam a economia do bairro, auxiliam e justificam o investimento em ordenamento urbano, saneamento, manutenção de espaços e praças e permitem que a gente se aproprie do espaço enquanto coletivo. A ordem é: ocupar para conservar! Não tenho dúvida que no entorno de sua casa está cheio de locais interessantes para conhecer, com monumentos e construções que remontam a história do lugar e que são fundamentais para a construção da identidade local e da concepção de lar. Além disso, são sempre ótimas opções para levar as crianças para se divertir, o cachorrinho pra passear, andar de skate ou patins, jogar cartas no banquinho da praça ou mesmo assistir uma apresentação no coreto! Valorize estes espaços! Fica a dica: Alguns espaços públicos que fazem parte da vida do carioca são a Quinta da Boa Vista, o Parque Madureira e, mais recentemente, o Boulevard Olímpico. Todos com muitas possibilidades de lazer e atrativos! Só vai!
Quinta da Boa Vista. Fonte: Google Imagens.
Parque Madureira. Fonte: Google Imagens.
Boulevard Olímpico. Fonte: Google Imagens.
4. Espaços e apresentações de grupos culturais periféricos – Pra quem tem a frase “eu me remexo muito” como lema de vida, também não faltam opções! A arte está viva e pulsante em cada cantinho de nosso país. Com uma cultura tão rica e com multifacetadas manifestações em forma de música, dança e poesia, tem arte pra todo tipo de gosto, ouvido e sapato! Já pensou em passar um pouco do seu tempo livre assistindo ou prestigiando o grupo de dança contemporânea do seu bairro? Ou quem sabe recitais de poesia ou rodas de rap? Muitas vezes inviabilizados e marginalizados, os grupos e organizações independentes estimulam a produção e a divulgação de manifestações artísticas em regiões periféricas e empobrecidas. Na verdade, em muitos casos, estes grupos são a única forma de resistência destas pessoas, sua fonte de renda e subsistência e o meio pelo qual tem voz e expressam suas alegrias, denunciam suas mazelas e perpetuam a cultura local e de seus antepassados. Tem aquele grupo de forró, de carimbó. Tem aquele grupo de passinho (do funk), tem aquele grupo de soltinho. Tem o grupo de teatro da escola do bairro, tem o encontro de poesia das minas. Tem a feijoada com roda de samba, tem o encontro de repentistas. Se procurar com jeitinho você acha! Ainda que oprimida, a arte está em todos os lugares e dentro de nós. Dê visibilidade e, sempre que possível, incentive grupos artísticos e culturais independentes, todos nós ganhamos! Fica a dica: Do tradicionalíssimo Jongo da Serrinha aos passos sincronizados do Baile Charme, no Rio também tem muita arte pra ser apreciada por aí!
Casa do Jongo. Fonte: Google Imagens.
Baile charme. Fonte: Google Imagens.
Estas foram somente algumas das opções pra você aproveitar o seu momento de descanso, as tão sonhadas férias! Mas lembre-se: a melhor atividade de lazer é aquela que nos conecta com nós mesmos, com nossa identidade, com nosso lugar. Que fortalece as nossas raízes, mas que nos leva pra longe, para lugares inimagináveis. Ainda que este lugar seja o lugar do outro. E acima de tudo, aquela atividade que nos traz paz e que nos propicia o verdadeiro prazer de ser quem somos!
Partiu?
Por Rayanne Setubal