A velocidade na qual as espécies são extintas atualmente é alarmante. Por conta disso, inúmeros pesquisadores se dedicaram durante décadas para tentar entender a influência da perda de diversidade sobre o funcionamento dos ecossistemas. Hoje se sabe que a perda de espécies e, principalmente, de grupos funcionais é capaz de alterar a magnitude de processos ecossistêmicos (como a produtividade primária, a decomposição, a ciclagem de nutrientes, etc). Contudo, a maioria dos estudos realizados até hoje não reflete a complexidade ambiental necessária para que seus resultados sejam extrapolados a ambientes naturais.
Além disso, surge também outra importante questão:
Os distúrbios ambientais, principais causadores da perda de diversidade, também não podem afetar diretamente os processos ecossistêmicos? Então qual seria o real papel da perda de espécies?
Este foi o tema central da minha pesquisa de mestrado, realizada sob orientação do prof. Vinicius Farjalla, no PPGE/UFRJ. Amanhã, às 14hrs será a minha defesa (Ilha do Fundão, CCS, Bloco A, salão Azul). Logo, este post é, antes de mais nada, um convite!
Para tentar responder a esta e outras questões, nós utilizamos a comunidade zooplanctônica como modelo de estudo, que foi submetida ao aumento de temperatura e de salinidade e à remoção de indivíduos por diluição. A taxa de herbivoria desta comunidade foi mensurada, representando o processo ecossistêmico em questão.
Os principais resultados indicaram que os efeitos diretos dos distúrbios ambientais foram mais fortes e antagônicos aos efeitos indiretos, resultando em queda da taxa de herbivoria tanto para aumentos de temperatura como para aumentos de salinidade.
Contudo, para os aumentos intermediários de temperatura, os efeitos indiretos foram predominantes.
Isso nos leva a crer que deve existir um limiar entre a intensidade do distúrbio ambiental e o efeito gerado pela alteração na estrutura da comunidade sobre os processos ecossistêmicos.
Estes resultados serão discutidos com a banca, formada pelos professores Carlos Eduardo Grelle (UFRJ) e Jayme Santangelo (UFRRJ).
Espero vocês!
Parabéns Viviane pela excelente defesa. Apesar das dificuldades, a idéia do trabalho é nova e muito interessante. Temos uma boa estória para contar nas mãos!