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[Mês da Educação] Um educador que inspira outros educadores

Nathalia Ferreira da Cunha por Nathalia Ferreira da Cunha
06/09/2024
in Educação
4
[Mês da Educação] Um educador que inspira outros educadores
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Olá pessoal, trago hoje para vocês um relato sobre um professor que inspirou a minha vida. Este representa o modelo de pessoa apaixonada pelo que faz e que acredita na transformação que a educação pode trazer à vida de cada indivíduo. Novamente agradeço à Equipe do Blog LimnoNews 2020 pela oportunidade de mostrar esse lado artístico em homenagem à todos nós professores.

Ilustração elaborada pela autora

A missão do educador sempre foi algo que me motivou. Com 12 anos de idade conheci um professor na escola que estudei. A Escola era a Escola Municipal José do Patrocínio em Irajá, RJ. O professor, inesquecível, se chamava Mário Torres Pires e naquela época (1999 e 2000), ele já tinha 63 anos de idade. Até aí, ninguém veria nada de especial, até que eu comece a contar detalhes para você, caro leitor. Bem, o professor Mário era formado em Ciências e ministrava suas aulas desde os vinte e poucos anos. Na minha escola, ele era conhecido como lenda viva e era amado por todos os seus alunos. Esse amor por ele vinha da forma como ensinava e da forma como mostrava aos alunos a importância da ciência e a importância da educação.

Até aqui pensamos ser uma história de um professor exemplo como tantos outros não? Então, o professor Mário era diferente. Ele era o típico senhor de cabelo branquinho, usava óculos, tinha a pele bem branquinha, olhos bem azuis e um nariz bem grandão, que me lembrava dos meus avós portugueses.  Além do seu biótipo diferenciado dos demais docentes da escola, o professor Mário tinha algo de especial. Ele tinha um amor no olhar e uma paixão pelo que fazia. Além desse amor, o professor Mário tinha a inovação. Suas aulas eram super dinâmicas e sempre cercadas de novidades da ciência. Em algumas aulas ele costumava levar reportagens sobre a ciência dentro do que estávamos aprendendo, ou ainda artigos científicos, ou mesmo histórias em quadrinhos dentro do assunto. Tinham aulas também com brinquedos, experimentos e até mesmo um mini laboratório com tudo que você possa imaginar.

Sobre o laboratório, nesse período conquistamos um cantinho na escola e ele acabou virando o “Laboratório de Ciências”. Além de todas essas aulas práticas e experimentais, o professor Mário organizava saídas de campo e nos levava às instituições de pesquisa. Como esquecer da primeira vez que pisei numa universidade pública? E foi na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), naquele enorme Campus no Maracanã, cercada de laboratórios e labirintos que descobri uma infinidade de profissões que poderíamos ser. E como esquecer da vez que visitamos o Parque da Ciência da Fundação Oswaldo Cruz? Fantástico aprender sobre Física naquele espaço e poder visitar um castelo, não de conto de fadas, mas de histórias que mudam vidas por meio da ciência. Também teve a vez que visitamos a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e como não se apaixonar, aliás, nesse momento eu jamais imaginaria fazer parte daquela universidade.

Está gostando da história? Pois bem, apaixonante não? Mas o professor Mário era ainda mais fantástico. A prova de Física do nono ano tinha maquetes para desenvolvermos os problemas e na prova de Química, usamos reagentes de verdade para montarmos nossas reações e identificar as funções, além de calcular o balanceamento das mesmas. Sim, colocamos a mão na massa para ver as reações acontecendo na frente dos nossos olhos. Chegamos ao final da história? Quase! O professor Mário conseguia ser ainda mais especial. Além disso tudo que ele nos proporcionou, o professor foi responsável por mostrar pela primeira vez o que significava o amor à educação. O professor nos ensinou a sermos guerreiros e lutarmos pelos nossos ideais. Bem, e o que nos fez ver isso?

O professor Mário era um guerreiro que lutava constantemente contra o câncer. Até ser aluna dele, ele já havia tido diversas batalhas contra cânceres de pele, pulmão, cabeça e outros que não me lembro. Ele havia vencido todas as guerras. Mas em 2000, acabou descobrindo um novo câncer, que ele não comentou onde era na época, mas frisava que a batalha seria intensa. À primeira vista pensaríamos que ele tiraria licença para se tratar e que ele ficaria bom. Bem, ele não tirou licença e quando questionávamos ele dizia que “a escola era o local que recebo força para lutar; vocês são as motivações que me levam a suportar as dores”. Essas palavras jamais saíram da minha cabeça. O professor Mário saía da quimioterapia e ia dar aula. Chegava passando mal, tinha muitos enjoos, mas jamais deixou de dar aula pra gente. Sempre levávamos frutas e sucos para ajudá-lo a se sentir melhor. E seguimos o ano todo nessa luta, e nas saídas de campo que contei pra vocês.

E os olhos dele jamais pararam de brilhar, mesmo com dor, ele trabalhava com amor. Escrevi essa história para vocês e meus olhos se encheram de água, porque ele marcou a minha vida. A partir do momento que ele me ensinou sobre a importância da ciência e sobre a importância da educação, eu assumi esse objetivo para mim. Segui a luta num ensino técnico de qualidade com disputas tipo vestibular e depois ingressei no vestibular no Curso de Ciências Biológicas.

Bem, e o professor Mário? Quando passei no Ensino Técnico fui logo contar para ele e vi lágrimas em seus olhos. Nos abraçamos e o agradeci por todos os ensinamentos. Ingressei num curso de Técnico de Laboratório que me fez amar ainda mais a ciência. Em 2006 fui aprovada no vestibular da UFRJ e tive a oportunidade de falar para ele, em seu ano de aposentadoria, que seria sua colega de profissão. Foi uma conversa rápida, mas marcante também. Ele estava com poucos cabelos e o mesmo narigão. Estava se despedindo da educação na sua aposentadoria compulsória.

Fui morar fora da cidade do Rio de Janeiro com a missão de ser caloura do primeiro campus avançado da UFRJ na sua primeira turma (então já imagina as lutas que vieram daí ne?), e por essas bandas recebi a notícia de que em 2007 o professor Mário encerrou sua missão na Terra (cá estou eu chorando de novo). Seus ensinamentos e sua paixão me marcaram para sempre e são a minha constante fonte de inspiração apesar de todos os entraves que temos nesse mundo da educação frente a questões politicas que lidamos.

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Comments 4

  1. rbozelli says:
    5 anos ago

    Que exemplo! Um exemplo que deve nos arrastar à frente; são profissionais assim que devemos ter como inspiração, pessoas únicas. Que consigamos ser ao menos um tiquinho do que ele foi!

    Responder
    • Nathalia Ferreira da Cunha says:
      5 anos ago

      Verdade professor! Ele marcou a todos os seus alunos. Compartilhei o texto no facebook e todos se lembraram com carinho dele. Ele era a representação de tudo que li sobre Freire. Abraços

      Responder
  2. David Alfredo says:
    3 anos ago

    Ele foi meu professor na José do Patrocínio entre 93 e 96. Hoje eu sou professor de história e ele é meu maior exemplo de profissional na rede pública carioca. Ele foi na IBM (em 1995) e conseguiu computadores pra escola (se não me engano, a primeira sala de informática da rede). Transformou o laboratório de ciências em sala de informática e um sala abandonada no fundo da escola em laboratório de ciências. Ele levou a filha ginasta pra gente saber que aquilo era uma possibilidade pra tod@s nós. Em 1994, pra nos ensinar “seres vivos”, levou todas as suas turmas na mureta da Urca pra que víssemos “seres vivos” vivos na natureza. Um amigo dele tirou um polvo da água e colocou em nossas mãos. Mostrou um cavalo marinho. Sem contar que tudo isso aconteceu aos pés do pão de açucar, na beira da Baía de Guanabara. Poucos ali conheciam aquele lugar que só víamos no cartão postal. E se vocês estudou lá, certamente conheceu o curso preparatório A.R.A.R. Fui da primeira turma, em 1996 e lembro dele falando “vocês todos vão passar pra escolas federais e públicas de qualidade”. Ele, o pai de uma das minhas amigas de turma e mais poucos professores (capitaneados por ele) nos davam aula à noite (depois das aulas) pra gente passar nas provas. Nós? Passamos. Pouquíssimos não passaram. O cara é um exemplo. Hoje eu moro perto de onde ele morava e anda pelas ruas na esperança de encontrá-lo pra agradecer por tudo. Acho q não está mais vivo. Um gigante!

    Responder
  3. marcelo teixeira Lopes. says:
    2 anos ago

    Também tive aula com o Mário disc. Língua Portuguesa ,no seu curso SOMAR ( Preparatório para Escolas Miltares ) o Mário era único, sabia de quase tudo,totalmente carismático, sempre contava alguma história ,inclusive, eu tenho um amigo , o qual, antes de eu conhecer o professor já o havia falado-me muito bem dele, pois, tinha sido seu aluno no curso SOEIRO e quando eu o conheci pude confirmar e até ampliar o que o amigo havia falado.
    mestre inesquecível para todos que o conheceram.

    Responder

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